Uma criança de sete anos teria sido agredida dentro de uma escola particular, na manhã dessa quinta-feira (12). A denúncia foi feita à Folha pela avó da criança, que preferiu ser identificada apenas pelas iniciais V.J.
Segundo V.J., ela foi chamada na instituição por volta das 10h, porque o neto estaria se recusando a fazer uma das atividades propostas pela professora. Ela alega, que ao chegar na escola, percebeu que ele, que é diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista, estava em crise. Durante conversa com uma funcionária da escola, ela tentou descobrir o que teria desencadeado a situação.
“Quando eu cheguei na escola, no pátio mesmo, eu fui tentar acalmá-lo e ele ainda estava em crise, bem recuado. Sentamos em um banco e eu coloquei ele no meu colo, e ela pediu para ele sair do colo. […] Ela mostrou o braço dela, dizendo que tinha sido machucada por ele, que o braço estava vermelho. Eu, particularmente, não vi nada de lesão”, diz a denunciante.
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A colaboradora teria dito à ela que a criança arremessou um caderno na direção dela, o que teria sido gravado em vídeo, que até o momento não foi enviado à V.J.. Ainda na escola, o aluno teria dito que teve o cabelo puxado pela colaboradora, que repreendeu a acusação imediatamente.
As marcas da suposta agressão só foram percebidas pela avó quando eles estavam dentro do carro. Nas fotos enviadas à FolhaBV, é possível ver marcas que parecem ser arranhões na região da orelha e no braço esquerdo da criança.
Ela procurou imediatamente a Polícia Civil, onde registrou um Boletim de Ocorrência, e o Conselho Tutelar, e aguarda as providências.
Denúncia a Estrutura da Escola
Além disso, V.J. afirma que a escola não possui estrutura adequada para alunos autistas.
“Não tem sala de recurso que funcione, não tem um profissional de educação especial que faça esse apoio, ele não tem um plano de atendimento individualizado, ele não tem atividades adaptadas… não tem nada”
Procurada pela reportagem, a instituição de ensino se manifestou dizendo que se tratou de um episódio de agitação intensa por parte do aluno e que o mesmo foi acalmado rapidamente, e negou que houvesse alguma agressão. Leia abaixo a nota completa:
A Escola vem à público esclarecer que, no dia 12.06.2025, durante a execução de uma atividade escolar um aluno apresentou rigidez comportamental, com intercorrências que se pretende resguardar, a fim de se preservar a integridade moral dos envolvidos. Com a finalidade de promover o acolhimento e direcionamento necessário ao caso, a Escola providenciou intervenção, por meio de atendimento psicológico e assistencial, bem como entrou em contato, imediatamente, com seu responsável legal.
Todo direcionamento pela Equipe multidisciplinar da Escola pôde ser constatado e acompanhado pelo responsável legal do aluno que, na ocasião, não sinalizou qualquer insatisfação com as condutas até então adotadas pela Escola.
O Colégio esclarece que possui Equipe Multidisciplinar Especializada para intervenção preventiva e emergencial para casos como o que aqui se destaca, observando e priorizando a individualidade de cada aluno.
Com a finalidade de apurar as acusações promovidas em face do Colégio, declaramos que a Equipe Jurídica já foi acionada, para adoção das medidas cabíveis ao caso.
Lamentamos, por fim, a disseminação de informações inverídicas e mantermos nossa postura de cuidado e educação integral de todos os seus membros acadêmicos, atuando com ética, profissionalismo e seriedade.
A Folha resguardou o nome da instituição por se tratar de um caso ainda em investigação.