A língua portuguesa, rica e diversificada, tem palavras que têm diferentes sentidos, o que lhe confere enorme riqueza.
Em andanças pelo mundo tenho visto muita coisa hilária por causa do uso de palavras, que para nós, seria algo imoral e/ou vergonhoso.
Na passagem pela Holanda, em uma manhã fria de outono, peguei o trem em Amersfoort e desembarquei em Haia, para um encontro com amigos e posterior almoço. No caminho para o restaurante, a querida amiga Fernanda, chamou atenção para o nome de um banco holandês, que teria dificuldade em ter filial no Brasil. O Rabobank, com agências espalhadas na Europa, é nome normal, sem motivos para piadas. Imagine, caro leitor, amiga leitora, você chegar na agência bancária e o caixa perguntar: “quanto você quer colocar no Rabo?”, ou ainda, “vc que sacar todo o dinheiro do Rabo?”.
Por pura coincidência, no domingo em que peguei o trem para o aeroporto Schiphol para viajar para Varsórvia, no vagão tinha um senhor sentado, que levantou-se, oferencendo lugar para sentar. Era o holandês Tom Gruinjtes, que me disse que iria para o Cairo. Como falava espanhol, facilitou nossa conversa. Perguntei com que trabalhava, disse-me era bancário, e trabalhava no Rabobank. Como já tinha ido ao Brasil, sabia o significado do título do banco. Rimos juntos.
Em caminhada pelas ruas da belíssima cidade de Baku, cujo nome é sugestivo para algumas piadas e gracejos, passei em frente ao CUBAR, logo tirei uma fotografia para registrar e ilustrar minhas conversas em mesas de bar. Quando estava fotografando, um rapaz, garçom, saiu do Cu, ou seja do bar, e perguntou se queria que tirasse uma foto minha. “Claro”, respondi, explicando o que nome do bar significava em português. Ele não se conteve e chamou outros funcionários do CUBAR para dividir as gaitadas.
Já tinha visto um Café em Nicósia, Chipre, com o nome CUCAFÉ. Naturalmente que registrei pelas lentes do smartphone.
Imagine um bar ou uma cafeteria com este nome, seria hilário, e inúmeras piadas. “Vamos tomar uma no CU”. Explicando, o termo Cu significa Q: seria QBar ou QCafé, sem maldade alguma por lá.
Em Portugal, país de nossa língua pátria, é cheio de expressões que no Brasil teriam outro sentido.
“Vou pegar um bicha”, em Portugal significa “fila”.
“Cacete”, enquanto no Brasil tem conotação sexual, em Portugal significa algo bem inocente, um simples pão francês.
Pica, mais uma palavra com conotação sexual (órgão sexual masculino) no Brasil, mas que significa apenas uma injeção em Portugal (em gíria, claro).
Punheta, enquanto no Brasil significa o ato masculino de se masturbar, em Portugal ela se refere a um punhado, ou seja, uma quantidade de algo. Mas o que mais divertido, são os vinhos com nomes hilários: “Periquita”, “Rapariga da Quinta”, “Caralhus”, “3 Bagos”, “Pinto”, “Porca de Murça” e “Pouca Roupa”. Outros nomes divertidos são “Força no Pau”, “Trepa”, “Dedo do Meio”, “Esgana Cão” e “Colhão de Galo”. Em Dushanbe, Tajiquistão, saboreei a cerveja OXOTA; uma delícia.
A língua é algo vivo, que muda de significado de lugar para lugar. Até mesmo no Brasil tem palavras que mudam de sentido de acordo com a região.
Escrevo do hotel Aiva em Bishkek, Quirguistão🇰🇬 , 156° país visitado pelo mundo.
Luiz Thadeu Nunes e Silva.
Engenheiro Agrônomo, escritor e globetrotter. Autor do livro “Das muletas fiz asas”
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