TENSÃO

Venezuelanos atendem convocação de Maduro em jornada de alistamento em meio à tensão com os EUA

Venezuelanos atendem convocação de Maduro em jornada de alistamento em meio à tensão com os EUA

Centenas de venezuelanos participaram no último sábado, 23, de uma jornada de alistamento convocada pelo presidente Nicolás Maduro. O movimento, segundo o governo, busca fortalecer as forças de segurança diante do aumento da tensão com os Estados Unidos.

“Convoco todos os milicianos e todo o povo que queira se alistar para dizer ao imperialismo: basta dessas ameaças”, declarou Maduro ao anunciar a mobilização.

A convocação ocorre no mesmo período em que Washington prepara o envio de três navios de guerra para o Caribe, sob a justificativa de intensificar operações contra o narcotráfico. Ainda não há data confirmada para a chegada das embarcações, mas fontes americanas indicam que a movimentação pode ocorrer nos próximos dias.

No início de agosto, os EUA dobraram para US$ 50 milhões a recompensa pela captura de Maduro, acusado de narcoterrorismo pela Justiça norte-americana. Além disso, anunciaram a apreensão de US$ 700 milhões em bens ligados ao governo venezuelano, o que elevou a pressão sobre Caracas.

Em coletiva realizada no sábado, o ministro da Defesa, Vladimiro Padrino, classificou o alistamento como uma ação “popular, voluntária e de rejeição às agressões imperialistas”. Ele destacou que os atritos com os Estados Unidos “não são novos” e reafirmou a disposição do país em resistir a qualquer intervenção.

O governo também adotou medidas preventivas, como a proibição do sobrevoo de drones por 30 dias, e buscou apoio internacional por meio da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (ALBA), que reúne oito países, entre eles Cuba e Nicarágua. O bloco condenou o envio dos navios norte-americanos, classificando-o como uma “ameaça à paz e à estabilidade regional”.

Na última quinta-feira, Maduro anunciou a incorporação de 4,5 milhões de milicianos às tarefas de segurança em comunidades de todo o país. Criadas durante o governo do ex-presidente Hugo Chávez (1999–2013), as milícias atuam em conjunto com as Forças Armadas regulares, que contam com cerca de 200 mil militares, e recebem treinamento militar frequente.

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