O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, exigiu neste sábado (20) que o governo venezuelano de Nicolás Maduro aceite imediatamente o retorno de “todos os prisioneiros” que, segundo ele, foram forçados pela Venezuela a entrar nos EUA, sob a ameaça de consequências cujo “preço será incalculável”. A mensagem foi publicada na rede do presidente, a Truth Social, sem detalhar quais prisioneiros seriam esses nem que medidas os EUA poderiam adotar caso a exigência não seja atendida.
A declaração de Trump chega em um momento de forte tensão entre Washington e Caracas, marcada por recentes ações militares dos EUA no Caribe e por reforço de presença naval na região, episódios que aumentaram o risco de escalada entre os dois governos. O tom da publicação, em maiúsculas na parte final, intensificou as preocupações diplomáticas sobre a possibilidade de ações punitivas ainda não especificadas.
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No post, Trump afirmou que entre essas pessoas haveria “pessoas de instituições mentais” e acusou a liderança venezuelana de ter “forçado” a entrada desses indivíduos nos Estados Unidos. Ele também afirmou que “milhares de pessoas foram gravemente feridas e até mortas” por esses que chamou de “monstros”, sem apresentar evidências públicas ou identificar casos concretos. O presidente não detalhou que tipos de medidas poderia tomar além da ameaça genérica.
Abaixo, a tradução literal para o português do trecho publicado por Trump (original em inglês fornecido por ele na plataforma Truth Social):
“Queremos que a Venezuela aceite imediatamente todos os prisioneiros e pessoas de instituições mentais, o que inclui os piores manicômios do mundo, que a ‘liderança’ venezuelana forçou a entrar nos Estados Unidos da América. Milhares de pessoas foram gravemente feridas e até mortas por esses ‘monstros’. TIREM-NOS DO NOSSO PAÍS, AGORA MESMO, OU O PREÇO QUE VOCÊS PAGARÃO SERÁ INCALCULÁVEL!”
Resposta de Maduro
Em resposta à escalada retórica, o governo de Nicolás Maduro, que tem negado envolvimento em ações criminosas em série e acusações diretas da administração americana, ofereceu abertura para diálogo. Maduro propôs conversas diretas com o enviado especial de Trump, Richard Grenell, numa tentativa de reduzir a tensão e negociar pontos de litígio entre os países. A oferta acontece em meio a uma ofensiva diplomática venezuelana e mobilizações internas para defender a “soberania” nacional.