
O presidente da Guiana, Irfaan Ali, dissolveu o parlamento e os dez conselhos democráticos regionais do País. Assim, ele convocou novas eleições gerais e regionais de 1º de setembro de 2025.
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Comum em sistemas parlamentaristas ou semipresidencialistas, esse mecanismo significa, além de novo pleito, o fim das atividades legislativas atuais e a perda de mandato de todos os parlamentares daquele ciclo.
Ali tomou a decisão na Casa de Estado, a residência oficial do líder guianense. Em discurso, ele, então, afirmou que “eleições livres e justas são a força vital de um estado democrático”.
“As próximas eleições representam o compromisso do nosso País em renovar o pacto democrático entre seus cidadãos e o governo”, disse, convocando a população a participar da eleição, que é facultativa.
Na Guiana, esse movimento já era esperado, principalmente após o presidente anunciar a data da eleição durante as comemorações do Dia da Independência em 26 de maio.
Portanto, nesse caso, não seria, por exemplo, a perda do apoio do governo no parlamento, a exemplo de outros países.
A Constituição da Guiana autoriza o presidente a dissolver o parlamento a qualquer momento e que o novo pleito seja realizado em até três meses.
Candidatos a presidência
Seis candidatos disputam a presidência para mandato de cinco anos:
- Irfaan Ali, do partido PPP/C, atual presidente que busca a reeleição;
- Aubrey Norton (PNC/APNU), deputado líder da oposição que lidera a maior bancada alternativa;
- Nigel Hughes (AFC), da ala moderada da oposição;
- Azruddin Mohamed (WIN), empresário sancionado pelos Estados Unidos por fraude fiscal;
- Amanza Walton-Desir, ex-vice-ministra e deputada do PNCR, fundadora do partido Forward Guyana; e
- Simona Broomes, representante do ALP e nova na política nacional;
Na Guiana, a eleição é indireta. O sistema eleitoral é parlamentarista com voto de lista: o partido que conquistar maioria simples no Parlamento indica automaticamente o presidente, que é o cabeça da lista.
Ou seja, ao votar para o Legislativo, o eleitor define indiretamente quem governará o País pelos próximos cinco anos.
Em 2020, Irfaan Ali venceu após uma apuração conturbada, que se arrastou por meses. Agora, com o País sob forte tensão externa por causa da crise de Essequibo com a Venezuela, a disputa promete ser ainda mais acirramento.