OPERAÇÃO ATLAS

General nega elo de maior exercício militar com tensão da Venezuela com EUA e Guiana

Em palestra, Roberto Angrizani fez um panorama amplo do contexto global para reforçar a necessidade do Brasil defender a soberania, embora espere que o País nunca precise usar a própria força para isso

O general da primeira Brigada de Infantaria de Selva, Roberto Pereira Angrizani , em palestra sobre a Operação Atlas
O general da primeira Brigada de Infantaria de Selva, Roberto Pereira Angrizani (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

O general da primeira Brigada de Infantaria de Selva, Roberto Pereira Angrizani, negou nesta sexta-feira (26) que a Operação Atlas, o maior exercício militar do Brasil em 2025, seja uma resposta às recentes tensões da Venezuela com os Estados Unidos e a Guiana. A ação com cerca de 10 mil militares de todo o País segue até 9 de outubro, em Roraima (confira os próximos eventos ao final da reportagem)

Segundo o líder do Exército no Estado que faz a fronteira com a Venezuela, a Atlas está planejada desde 2024, portanto, antes de Donald Trump assumir o País norte-americano e escalar as ameaças contra Nicolás Maduro com ações que incluem a recompensa pela captura do ditador e o envio de navios de guerra à costa venezuelana. Ademais, citou que o exercício será em regiões distantes da fronteira com o País vizinho para evitar um conflito diplomático.

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Maduro, inclusive, desde 2023, tem ameaçado anexar o território de Essequibo, o qual representa 74% do território da Guiana, à Venezuela. O ditador fez uma consulta popular, promulgou a anexação e empossou o almirante Neil Villamizar como suposto governador da região, descumprindo decisões da Corte Internacional de Justiça (CIJ) da Organização das Nações Unidas (ONU).

Contexto maior

O general da primeira Brigada de Infantaria de Selva, Roberto Pereira Angrizani , em palestra sobre a Operação Atlas
O general da primeira Brigada de Infantaria de Selva, Roberto Pereira Angrizani , em palestra sobre a Operação Atlas (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

Em palestra a estudantes de Relações Internacionais da Universidade Federal de Roraima de Roraima (UFRR), o general fez um panorama amplo do contexto global para reforçar a necessidade do Brasil defender a soberania, embora espere que o País nunca precise usar a própria força para isso.

Além da crescente e recente tensão na América Latina, Angrizani citou a discussão mundial sobre armamentismo e a presença de potências estrangeiras na América do Sul como Estados Unidos, Rússia e Irã, além de fazer referência a ameaças de Trump em anexar o Canadá e de se apossar da Groenlândia.

Neste sentido, ele alertou sobre possíveis questionamentos futuros sobre a soberania da Amazônia brasileira, já que é uma região repleta de riquezas naturais e importante para as discussões sobre as soluções dos atuais problemas mundiais. Assim, o general defende que os moradores do bioma sejam ouvidos.

Dentro da Amazônia, o general citou desafios do Exército brasileiro como o garimpo ilegal, o tráfico de armas, a biopirataria e outros crimes. Portanto, ele defende a necessidade de maior presença do Estado brasileiro na região.

Escolha de Roraima para a operação

O general explicou que o exercício militar deste ano será em Roraima por ser prioridade para as Forças Amadas na defesa da soberania nacional, além de testar a capacidade de deslocamento de efetivo e equipamentos militares de outras partes do País para o Estado mais longínquo da federação.

“Esse exercício anual do Ministério da Defesa percorre várias regiões do País. No ano passado, por exemplo, a Operação Perseu foi semelhante a esse exercício, ela foi feita em São Paulo. Este ano é aqui em Roraima. No ano que vem, será em outra região do País”, pontuou.

Próximos eventos da Operação Atlas

  • 3/10, às 8h – Formatura de Apronto Operacional (Apronal) na Base Aérea de Boa Vista, com a participação do ministro da Defesa, José Múcio;
  • 7/10, às 6h – Assalto Aeromóvel, na rodovia federal BR-401;
  • 8/10, às 7h – Exercício de Ataque à Localidade em Normandia;
  • 9/10, às 8h – Exercício de Tiro Real da Força Tarefa Conjunta em Bonfim.  
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