O temor de conflito entre Estados Unidos e Venezuela aumentou nesta sexta-feira (5), após a revelação de que o presidente norte-americano Donald Trump ordenou o envio de dez caças avançados F-35 para Porto Rico, território americano no Caribe. Segundo Washington, a medida faz parte de uma missão de combate ao narcotráfico.
A decisão ocorre apenas um dia depois de jatos venezuelanos sobrevoarem um navio militar dos EUA na região, em gesto de intimidação. O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, classificou as ações norte-americanas como provocação e disse que seu governo está pronto para “defender a soberania nacional”.
Operação polêmica
Na terça-feira (2), Trump havia anunciado a destruição de uma pequena embarcação que, segundo ele, transportava drogas da Venezuela para os EUA. O ataque, que resultou na morte de 11 pessoas, foi divulgado pela Casa Branca como parte da ofensiva contra o narcotráfico.
O governo Maduro, porém, reagiu de imediato e disse que o vídeo da operação era “fake”.
Debate legal e internacional
A ação norte-americana levantou questionamentos jurídicos. O barco foi afundado sem abordagem policial ou comprovação da carga, o que especialistas em direito internacional classificam como ato de guerra.
Entidades como a Human Rights Watch afirmam que a operação deveria ter sido previamente autorizada pelo Congresso dos Estados Unidos, já que não existe declaração formal de conflito com a Venezuela.
A oposição democrata em Washington já sinalizou que pretende pressionar o governo a explicar a legalidade da ação militar.
Escalada de tensões
O envio dos F-35 representa um novo capítulo na deterioração das relações entre Washington e Caracas, que desde 2020 convivem com acusações formais contra Maduro na Justiça americana por envolvimento em tráfico de drogas.
Com os recentes movimentos militares, cresce a preocupação de que a crise política e diplomática se transforme em conflito armado no Caribe.
