O ditador venezuelano Nicolás Maduro criticou duramente, neste domingo (22), o ataque dos Estados Unidos às instalações nucleares do Irã, seu aliado estratégico no Oriente Médio. O líder bolivariano pede paz apesar de manter retórica agressiva contra a Guiana pelo controle do território de Essequibo.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Maduro classificou a ação americana como uma “ação criminal que viola as normas do Direito Internacional, a Carta das Nações Unidas, inclusive ignorando as leis dos Estados Unidos, colocando em perigo a vida e a paz”.
Mesmo sob pressão externa por escalar retórica contra País vizinho e descumprir decisões de cortes internacionais sobre Essequibo, Maduro defendeu a construção de “um mundo de respeito, de igualdade, de diálogo, sem violência e sem guerras”.
Maduro também reiterou apoio total a Teerã ao expressar solidariedade ao povo iraniano “e com o mundo bom que luta pela soberania e pela paz”.
Governo venezuelano também condena ataques
A Venezuela também emitiu comunicado para condenar diretamente Washington, a quem acusa de agir a pedido do Estado de Israel.
No texto, o País ainda afirma que o ataque “constitui um ato de agressão ilegal, injustificável e extremamente perigoso”.
Segundo Caracas, o bombardeio representa uma ameaça direta à paz mundial.
“Bombardear instalações nucleares, com todos os riscos que isso implica para a vida humana e o equilíbrio ambiental da região, é uma escalada irresponsável que pode gerar consequências de proporções incalculáveis para a estabilidade global.”
O governo venezuelano encerra o texto reafirmando solidariedade ao Irã e defendendo que “o único caminho para a convivência entre as nações” é o respeito ao direito internacional.
Aliança com o Irã
Desde o governo de Hugo Chávez, a Venezuela tem reforçado a cooperação militar com o Irã. O País asiático, inclusive, tem uma fábrica de drones na maior base aérea venezuelana, a El Libertador, conforme denúncias da líder da oposição María Corina Machado.
Esses mesmos equipamentos são usados pela Rússia na guerra contra a Ucrânia e por terroristas do Oriente Médio.
Em março, o secretário de Estado americano Marco Rubio reforçou que o presidente Donald Trump não aceitariam uma base em solo venezuelano, o que já indicava uma escala de declarações anti-iranianas.
Na quinta-feira (19), o secretário-geral do partido de Maduro, Diosdado Cabello, buscou desmentir María Corina, ao afirmar que ela busca “se aproveitar da conjuntura do conflito no Oriente Médio e divulgar fake news de que a República Islâmica do Irã fabrica drones e mísseis balísticos na Venezuela”.
Cabello também nega que altos funcionários do governo iraniano e da Guarda Revolucionária vêm à Venezuela para conspirar a partir contra Israel e os Estados Unidos.