O ditador Nicolás Maduro declarou que a Venezuela possui mais de 5 mil mísseis antiaéreos portáteis do tipo Igla-S, usados para abater aeronaves e drones inimigos. O líder venezuelano disse que o arsenal está posicionado em pontos estratégicos e seria capaz de “garantir a paz, a estabilidade e a tranquilidade do povo venezuelano” diante das ameaças dos Estados Unidos, do presidente Donald Trump.
O anúncio foi feito nessa quarta-feira (22), durante o evento nacional Obratón (Workathon), em Caracas, em um momento em que o Governo Trump amplia as pressões contra o governo de Maduro, acusado de chefiar um cartel que supostamente envia drogas para os Estados Unidos.
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Trump já declarou que avalia a possibilidade de ataques terrestres na Venezuela, além dos já realizados contra embarcações no mar do Caribe, e revelou que Maduro chegou a oferecer todas as riquezas para evitar o conflito.
Nessa quarta, Maduro disse que as Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB) contam com “equipamentos de última geração” e que os mísseis foram reparados e otimizados por especialistas venezuelanos.
“A FANB tem sistemas antidrones, não vou dizer mais nada, estamos apenas mostrando o truque. Os Igla-S são para teste, e isso não vai funcionar; é uma das armas mais poderosas que existem. Qualquer força militar do mundo conhece o poder dos Igla-S, e a Venezuela tem mais de 5.000 deles em posições-chave de defesa antiaérea para garantir a paz, a estabilidade e a tranquilidade do nosso povo. Quem entende, entende”, afirmou Maduro.
O Igla-S, também conhecido pela sigla russa SA-24, é um sistema portátil de defesa aérea fabricado pela Rússia, capaz de atingir alvos a até seis quilômetros de distância e alturas de até três quilômetros e meio.
O míssil é guiado por infravermelho e pode derrubar aviões, helicópteros e drones de pequeno porte, sendo considerado um dos equipamentos antiaéreos mais eficazes de curto alcance.
O ditador Maduro exaltou ainda a tradição militar venezuelana e o legado bolivariano.
“O que estamos mostrando aqui é o que pode ser mostrado: nossas Forças Armadas heroicas e profissionais (…) que ninguém se meta com a Venezuela, nós não nos metemos com ninguém!”, disse.
Durante o evento, o general Omar Enrique Pérez La Rosa, reitor da Universidade Militar Bolivariana da Venezuela e vice-ministro da Educação em Defesa, afirmou que mais de 500 pesquisadores militares atuam no desenvolvimento de tecnologias próprias, incluindo sistemas antidrones e redesenho de fuzis.
“Avanços concretos tornaram possível projetar nossos próprios sistemas de armas para a defesa abrangente da nação”, declarou.