A Assembleia Nacional e o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, reagiram com veemência ao anúncio dos Estados Unidos de uma recompensa de 50 milhões de dólares, o equivalente a R$ 272 milhões, por informações que levem à prisão do ditador Nicolás Maduro.
Para os órgãos, a medida representa uma “agressão imperial” e uma “manobra midiática” para desestabilizar o país. Ambos possuem fortes ligações com Maduro.
Antigo aliado do ditador, Saab foi nomeado como procurador-geral em 2017, pela Assembleia Nacional Constituinte, um órgão criado e controlado pelo governo de Maduro.
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Recentemente, ele foi ratificado no cargo pela atual Assembleia Nacional, majoritariamente alinhada ao ditador: 253 dos 277 assentos são ocupados por deputados governistas.
Para o chefe do Ministério Público do País, o anúncio dos Estados Unidos é uma “violação flagrante do Direito Internacional, um atentado contra nossa soberania e uma grosseira intromissão nos assuntos internos de um Estado soberano”.
Saab acusou os Estados Unidos, sob o Governo Trump, de usarem seu aparato judicial como instrumento de perseguição política, em uma “operação de guerra psicológica e propaganda, desenhada para agradar a fatores extremistas da ultradireita venezuelana e gerar caos em meio a um contexto eleitoral e político onde foram derrotados no terreno democrático”.
Ele também disse que a tentativa de vincular Maduro a facções como Tren de Aragua e o cartel de Sinaloa é uma “calúnia infame” e um “intento desesperado de construir um expediente artificial que não resiste à menor análise séria, técnica ou jurídica”.
O congresso venezuelano, por sua vez, repudiou a “grosseira operação de propaganda política”, afirmando que as operações dos Estados Unidos não buscam combater o terrorismo, mas sim “desestabilizar a paz, a tranquilidade e a consolidação da prosperidade de toda a pátria venezuelana”.
Ademais, a Assembleia Nacional defendeu o Governo Maduro, destacando que “em 25 anos de Revolução, resistimos e avançamos por cima das constantes agressões imperialistas”.
Por fim, a Assembleia reforçou que “a dignidade da nossa pátria não está à venda” e que o povo “não se rende”, garantindo: “Nós venceremos!”.