O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, admitiu nesta semana que autorizou operações secretas na Venezuela conduzidas pela Agência Central de Inteligência (CIA), um reconhecimento raro sobre atividades que normalmente permanecem sob sigilo nos mais altos níveis do governo americano.
De acordo com fontes próximas ao governo, a autorização concedida por Trump pode dar à CIA poderes para realizar ações encobertas na região, que incluem desde ataques letais contra suspeitos de tráfico de drogas até operações com potencial de desestabilizar o governo de Nicolás Maduro, presidente da Venezuela.
Apesar da admissão, a maior parte dessas ações continua classificada como secreta, e os detalhes específicos sobre as missões ou seus resultados não foram divulgados.
Pela legislação dos Estados Unidos, o presidente pode autorizar operações secretas quando forem consideradas “necessárias para apoiar objetivos identificáveis de política externa importantes para a segurança nacional”. Após a aprovação, as informações sobre essas ações devem ser compartilhadas com os comitês de inteligência do Senado e da Câmara dos Representantes. Em casos de maior relevância, também devem ser informados os integrantes do chamado “grupo dos oito”, formado por líderes de ambos os partidos e pelos principais membros desses comitês.
A admissão de Trump chama atenção por romper a tradição de sigilo que envolve operações da CIA no exterior. Historicamente, o governo americano evita comentar esse tipo de ação, justamente para preservar a segurança de seus agentes e os interesses estratégicos do país.
Até o momento, a Casa Branca e o Departamento de Estado não comentaram oficialmente sobre o alcance ou os objetivos das operações mencionadas. Na Venezuela, o governo de Maduro ainda não se pronunciou sobre as declarações do ex-presidente norte-americano.