
Neste domingo (15), Dia do Professor, o programa Agenda da Semana recebeu o Prof. Dr. José Geraldo Ticianeli, reitor da Universidade Federal de Roraima (UFRR). Em uma conversa esclarecedora, ele discutiu sobre as perspectivas em educação e as ações da UFRR no estado de Roraima.
O reitor iniciou a entrevista abordando o cenário desafiador do ensino superior brasileiro, no qual destaca que 75% dos jovens do país não têm perspectiva de conquistar um diploma universitário. Ele ressaltou a importância de encarar a educação como uma política de estado e não apenas de governo.
“Educação é política de estado, não de governo. Enquanto não sentarmos e discutirmos que país nós queremos, pautados em uma educação séria e de qualidade, eu fico muito preocupado”, afirmou. E complementou apontando a influência da política educacional em outras áreas, como segurança pública, saúde e infraestrutura.
A preocupação do reitor se estende ao deficit educacional que não atinge somente Roraima, mas o Brasil como um todo. “Os dados são alarmantes. Muitos não terminam o ensino superior e até mesmo o ensino médio. Não é só recurso orçamentário. É questão de políticas, para onde vamos, e qual país queremos. Em um espaço muito curto não teremos mais professores. Os cursos de licenciatura caíram de maneira significativa”, relatou.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Contudo, mesmo diante de tantos desafios, a UFRR não se exime de suas responsabilidades. Ticianeli destacou as iniciativas existentes para reter os alunos dentro da universidade, como a bolsa-permanência, que atende cerca de 1.800 estudantes, oferecendo valores que variam de R$ 770 a R$ 1.400, dependendo da política do curso. Além das bolsas, a instituição proporciona outros tipos de auxílio, como creche e material.
Questionado sobre o orçamento da UFRR para o próximo ano, o reitor informou que a previsão é um pouco menor em comparação com 2023. Entretanto, ele mantém uma postura otimista diante da expectativa de emendas parlamentares para o próximo ano.
Ao tratar sobre a campanha para a reitoria da UFRR, o professor mencionou a apresentação de chapa única como um reflexo positivo de sua gestão. “Estamos em diálogo com toda a comunidade. A apresentação de uma chapa foi uma surpresa positiva. Temos muito ainda que resolver, fragilidades a serem assumidas e resolvidas. Nossa gestão foi de quase dois anos e meio de pandemia”, disse. E acrescentou sobre a necessidade de melhorar diversos aspectos, principalmente no que se refere à evasão estudantil, afirmando que “a universidade é um patrimônio da sociedade. É mais do que o diploma, existem outros pilares”, finalizou.
Confira a entrevista completa no Agenda da Semana