O evento reafirma, assim, o compromisso do IFRR com uma educação indígena plural, democrática, socialmente referenciada e construída a partir das vozes e experiências dos próprios povos indígenas. (Foto Divulgação)
O evento reafirma, assim, o compromisso do IFRR com uma educação indígena plural, democrática, socialmente referenciada e construída a partir das vozes e experiências dos próprios povos indígenas. (Foto Divulgação)

Povos Ninan, Patamona, Ingaricó e Wai-Wai conduzem diálogos formativos e interculturais, fortalecendo saberes ancestrais e a educação escolar indígena
Nesta terça e quarta-feira, 16 e 17 de dezembro, o Instituto Federal de Roraima (IFRR) realiza o I Seminário do Programa Ação Saberes Indígenas na Escola, com o tema “Entrelaçando saberes entre os povos Ninan, Patamona e Ingaricó”. O evento acontece no auditório do Campus Boa Vista e se consolida como um espaço de protagonismo indígena, diálogo intercultural e fortalecimento das práticas educativas construídas a partir dos próprios territórios.

Reunindo professores indígenas cursistas, orientadores de estudo e lideranças dos povos Wai-Wai, Ingaricó, Patamona e Ninan, o seminário promove a troca de experiências, o compartilhamento de vivências e a reflexão coletiva sobre os resultados, desafios e impactos formativos da Ação Saberes Indígenas na Escola (Asie), desenvolvida pelo IFRR por meio da Pró-Reitoria de Extensão (Proex).

A abertura do evento conta com a presença da diretora da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi/MEC), Rosilene Tuxá, e da coordenadora-geral da Rede Saberes Indígenas, professora Ana Gomes, reforçando o reconhecimento institucional da centralidade dos povos indígenas na construção de políticas públicas educacionais.

De acordo com a coordenadora do programa, professora Marilene Alves Fernandes, a programação inclui uma palestra sobre a Política Nacional de Educação Escolar Indígena nos Territórios Etnoeducacionais (PNEEI-TEE), que reafirma o direito dos povos indígenas a uma educação escolar bilíngue, específica, diferenciada e intercultural.

“A proposta é aprofundar a compreensão dos professores indígenas sobre o território como espaço formativo, político e cultural, fortalecendo o entendimento da política pública como instrumento de garantia de direitos e de valorização das identidades indígenas”, destaca Marilene.

No dia 17, o protagonismo indígena se expressa também por meio das oficinas de grafismo indígena, que utilizam tintas naturais empregadas nos próprios territórios. As atividades abordam os grafismos tradicionais como expressões de autoria indígena, identidade cultural e saber ancestral.


“As oficinas possibilitam vivenciar e refletir sobre os significados simbólicos, estéticos e pedagógicos dos grafismos, reconhecendo-os como linguagem, memória e forma de conhecimento”, explica a coordenadora.


As práticas desenvolvidas durante o seminário contribuem para ampliar as possibilidades de integração dos saberes indígenas aos processos educativos, à produção de materiais didáticos e à construção de currículos interculturais contextualizados. O evento reafirma, assim, o compromisso do IFRR com uma educação indígena plural, democrática, socialmente referenciada e construída a partir das vozes e experiências dos próprios povos indígenas.