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Fux acolhe cerceamento de defesa e diverge de Moraes em caso de Bolsonaro

Com essa posição, Fux divergiu do relator, ministro Alexandre de Moraes, e de Flávio Dino

Fux sustentou que não cabe ao Supremo emitir juízos de conveniência política (Foto Agencia Brasil)
Fux sustentou que não cabe ao Supremo emitir juízos de conveniência política (Foto Agencia Brasil)

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), acolheu nesta quarta-feira (10) a alegação de cerceamento de defesa apresentada pelos advogados dos réus da ação penal que apura uma suposta trama golpista, articulada para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder mesmo após a derrota eleitoral de 2022.

Com essa posição, Fux divergiu do relator, ministro Alexandre de Moraes, e de Flávio Dino, que votaram na terça-feira (9) pela rejeição de todas as preliminares levantadas pelas defesas, incluindo a de cerceamento de defesa.

O início de seu voto incendiou os bastidores da Corte. Para a defesa de Bolsonaro, a manifestação foi recebida com euforia: ao apontar a incompetência do STF para julgar o caso, o ministro reacendeu a esperança de anulação do processo. Nos círculos bolsonaristas, passou a ser visto como o único integrante “independente” da 1ª Turma.

Fux sustentou que não cabe ao Supremo emitir juízos de conveniência política. “Não compete ao Supremo Tribunal Federal realizar um juízo político do que é bom ou ruim, conveniente ou inconveniente, apropriado ou inapropriado. Compete a este tribunal afirmar o que é constitucional ou inconstitucional, legal ou ilegal”, afirmou.

Ele acrescentou que o papel do julgador deve se manter distante da arena política. “Trata-se de missão que exige objetividade, rigor técnico e minimalismo interpretativo, a fim de não se confundir o papel do julgador com o do agente político”, disse.

O impacto imediato foi político. Advogados de Bolsonaro comemoraram a fala como um sinal de que o processo pode ser questionado na origem, abrindo caminho para uma possível nulidade. Nos corredores do Supremo, porém, a avaliação foi mais cautelosa: a divergência de Fux não significa vitória da defesa, mas acirra a tensão em torno do julgamento da 1ª Turma.

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