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Emenda à MP do setor elétrico promete acabar impasse do Linhão de Tucuruí

Édio Lopes disse que atual sistema energético de Roraima, resultado da queima de óleo diesel, custa R$ 2 bilhões anuais para o Brasil. Parlamentar também comentou influência de Bolsonaro nas eleições de Roraima em 2022

Presidente da Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, o deputado federal Édio Lopes (PL) protocolou emenda de R$ 90 milhões a uma Medida Provisória, elaborada pelo governo federal para enfrentar os impactos financeiros no setor elétrico em meio à escassez hídrica. O valor é destinado para resolver o imbróglio com a comunidade indígena Waimiri Atroari em torno da construção do Linhão de Tucuruí, que promete interligar Roraima ao Sistema Nacional Interligado (SNI).

“Foi um trabalho de toda a comissão, cujo peso esteve presente nas mesas de negociações. Mas por questão de regimento interno, assinei a emenda”, explicou nesse domingo (19), ao Agenda da Semana, da Folha FM, em referência aos quase dez dias de negociações da comissão com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), o Ministério das Minas e Energia e a Secretaria de Governo do Brasil.

Édio Lopes disse que o valor da emenda é para atender as compensações ambientais que seriam exigidas pelos Waimiri Atroari, que vivem na Terra Indígena, localizada entre Roraima e Amazonas, por onde passaria o Linhão. “Problema era que R$ 82 milhões foram assegurados no orçamento da União, mas os Waimiri Atroari queriam R$ 160 milhões”, explicou, ao dizer que a emenda pode ser a última oportunidade para os indígenas e que se não aceitarem, Roraima terá que discutir outras alternativas energéticas. “Não creio que teremos uma resistência para barrar a nossa proposta”.

Neste mês, o Ministério Público Federal (MPF) pediu a suspensão imediata da licença concedida do Ibama (Instituto Nacional do Meio Ambiente e Recursos Renováveis) que autorizava o início da construção do Linhão de Tucuruí. Isso, na opinião do deputado, fez as negociações voltarem à “estaca zero”.

Segundo Lopes, o atual sistema energético de Roraima, resultado da queima de óleo diesel, custa R$ 2 bilhões por ano ao Brasil, montante que é colocado na conta dos consumidores do país. “Além disso, há um impacto ambiental […]. Chegaríamos a mais de 1 milhão de carbono que Roraima joga na atmosfera todos os anos”, disse.

Influência de Bolsonaro nas eleições em Roraima

Pré-candidato a vice-governador na chapa de Teresa Surita (MDB), Édio Lopes avaliou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) “teria águas tranquilas para navegar em 2022”, em Roraima, diante dos pré-candidatos que já se apresentaram ao governo, como o governador Antonio Denarium (Progressistas), a ex-prefeita e o presidente da Igreja Evangélica Assembleia de Deus, pastor Isamar Ramalho (Podemos).

Édio Lopes comentou ainda sobre o possível interesse de Bolsonaro em lançar o ex-ministro da Saúde e ex-coordenador da Operação Acolhida em Roraima, general Eduardo Pazuello, como pré-candidato a deputado federal pelo estado. O parlamentar ainda lembrou que o PL chegou a se oferecer a Pazuello.