O engajamento político não é uniforme entre as gerações. Mudanças sociais, econômicas e culturais moldaram diferentes formas de participação e visão sobre democracia. No Brasil, esse contraste fica ainda mais evidente no momento atual, com o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF).
A repercussão do caso ajuda a entender como cada geração reage diante de crises institucionais e da polarização.
Baby boomers (1946 – 1964)
Muitos viveram a ditadura militar e a redemocratização. Essa geração tende a valorizar estabilidade e ordem, o que leva parte deles a apoiar discursos de autoridade. Ao mesmo tempo, outra parcela vê com desconfiança qualquer ameaça às instituições, defendendo o julgamento como necessário para preservar a democracia.
Geração X (1965 – 1980)
Marcada por crises econômicas e pelo processo de abertura política, é uma geração pragmática. No julgamento de Bolsonaro, muitos enxergam a necessidade de respeitar as regras do jogo e reforçar instituições. Embora haja divisão ideológica, a maior parte dessa geração tende a cobrar eficiência e legalidade, mais do que discursos emocionais.
Millennials (1981 – 1996)
Cresceram com a internet e os protestos de 2013 marcaram sua atuação política. Costumam valorizar diversidade, participação cidadã e causas sociais. Entre eles, é comum a visão crítica ao bolsonarismo e apoio ao STF como freio a abusos de poder. Porém, parte também desconfia do Judiciário e cobra maior transparência.
Geração Z (1997 – 2010)
São protagonistas do ativismo digital e têm papel central na difusão de informações (e desinformações). Muitos enxergam Bolsonaro como símbolo de um modelo político ultrapassado. Para eles, o julgamento no STF é visto como um teste de limites institucionais, mas também gera críticas sobre a lentidão da Justiça. Sua principal arena de debate é o TikTok, X e Instagram.
Geração Alpha (2010 em diante)
Ainda crianças, acompanham a polarização política por meio da família e das redes sociais. Crescerão em um cenário em que processos judiciais contra líderes políticos se tornam parte do cotidiano democrático. Isso deve influenciar a percepção que terão sobre confiança em instituições no futuro.