Após apoiarem a candidatura do presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), Reinaldo Carneiro Bastos, 20 clubes anunciaram ausência na eleição da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Apesar do não comparecimento, é possível que eles votem, já que a entidade autorizou o voto remoto.
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Ainda assim, a abstenção deve ser a escolha das agremiações. Samir Xaud é candidato único, com apoio de 25 federações, o que inviabilizou a inscrição de uma chapa adversária.
A nota divulgada leva o lema da campanha que marca o posicionamento dos clubes durante o processo eleitoral: “Sem clube não tem futebol”. A maioria das equipes pertence à Liga Forte União (LFU), bloco econômico mais próximo do presidente da FPF. Contudo, há também times da Libra.
“O futuro do futebol brasileiro precisa ser pautado pela democracia, transparência e representatividade. Não compareceremos à votação por discordarmos do processo vigente”, inicia o texto, que conclui: “Estaremos prontos para conversar com a nova gestão, a partir da próxima semana, para que juntos possamos debater como mudar o processo eleitoral e outras demandas dos clubes em prol de um futebol cada vez melhor”.
América-MG, Athletico-PR, Atlético-GO, Botafogo de Ribeirão Preto, Chapecoense, Corinthians, Coritiba, Cruzeiro, Cuiabá, Flamengo, Fluminense, Fortaleza, Goiás, Internacional, Juventude, Mirassol, Novorizontino, Santos, São Paulo e Sport são os clubes que estarão ausente da eleição da CBF.
Entre os 30 que apoiaram Carneiro Bastos, mas não assinaram o comunicado de ausência, estão Atlético-MG, Avaí, Bahia, CRB, Red Bull Bragantino, Ceará, Ferroviária, Operário-PR, Vila Nova e Vitória.
No começo da semana, a maioria dos clubes brasileiros das séries A e B se uniu para fazer exigências à nova gestão da CBF. Em texto publicado por meio das redes sociais da LFU, foram exigidas mudanças no processo eleitoral da entidade máxima do futebol e o comprometimento com a criação de uma liga.
As exigências dos clubes à CBF
- Alteração do processo eleitoral, especialmente no que se refere ao peso dos votos;
- Obrigatoriedade da participação dos Clubes em todas as Assembleias Gerais da CBF;
- Compromisso de criação da Liga e reconhecimento de que as propriedades comerciais das Séries A e B pertencem aos Clubes;
- Alteração das regras de governança, dando efetivamente poder executivo à Comissão Nacional de Clubes;
- Profissionalização da arbitragem, garantindo dedicação exclusiva dos árbitros das séries A e B, e investimento em treinamento permanente;
- O calendário do ciclo 2026-2030 precisa ser aprovado por Libra e LFU em conjunto com CBF;
- Fomento e apoio financeiro especialmente direcionado às Séries B, C e D assim como ao Futebol Feminino;
- Estabelecimento de regras de Fair Play Financeiro.
Ao contrário do que as movimentações recentes apontavam, a eleição da CBF não deve sofrer novas intervenções judiciais. Depois de protocolar um recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar adiar a votação, Ednaldo Rodrigues informou que não tentará voltar à cadeira de presidente. Ele protocolou a desistência no pedido para, segundo ele, “pacificar” o futebol brasileiro.
A Assembleia Geral Eleitoral está marcada para domingo, com primeira convocação às 10h30 (de Brasília), na sede da CBF, no Rio de Janeiro. A comissão eleitoral permitiu a participação de forma remota, já que será um domingo de rodada do Brasileirão.
*Por Estadão Conteúdo