O técnico Chiquinho Viana desabafou após a classificação inédita do São Raimundo na Copa do Brasil, pela vitória sobre o Cuiabá por 4 a 3, nessa quarta-feira (22), no estádio Canarinho, em Boa Vista. Para ele, o triunfo foi um presente para o povo de Roraima em meio à onda migratória venezuelana e à crise humanitária na Terra Indígena Yanomami.
“O Estado que nós não podemos plantar, desmatar, só podemos acolher os venezuelanos. Sofremos pelos indígenas, que teríamos que protegê-los mais, mas o roraimense precisa de alegria. Falei pra esses meninos: precisamos de alguma coisa de bom pra essas pessoas serem felizes, somos o escudo do Brasil, nós agregamos todos os venezuelanos, torceram pra nós, meus jogadores hoje deram um presente pro povo de Roraima. Se a gente só sai em escândalo em rede nacional, vamos sair pelo bem. E é por causa desses caras, são guerreiros, fizeram história. Nós sofremos”, disse.
O comandante alviceleste ainda revelou que, após a derrota para o Ceará por 3 a 0, na Copa do Brasil de 2022, se trancou em um quarto onde apenas o filho tinha acesso e o motivava a se reerguer.
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“Hoje não fomos humilhados, porque esses caras são heróis. Quem está no dia a dia sabe o quanto sofremos. Às vezes não temos estádio pra treinar, não temos acesso. É muita injustiça com a gente, mas esses caras fazem a coisa tornar fácil, são meus filhos. Queria ter muitos filhos, agora tenho 40, complicou”, brincou.
Na segunda fase, o Mundão enfrentará o vencedor de Botafogo (SP) e Parnahyba (PI) como mandante no estádio Canarinho, em Boa Vista. Pela classificação, o time roraimense ganhou R$ 900 mil – dinheiro que será somado aos R$ 750 mil da cota da primeira fase.
*Por Lucas Luckezie
