Jovens roraimense conquistam medalhas no Mundial Kids de Jiu-Jitsu em São Paulo

Três jovens roraimenses brilharem no Campeonato Mundial de Jiu-Jítsu Kids da CBJJE, disputado no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, nos dias 6 e 7 de dezembro. Eles retornaram ao estado com três medalhas, sendo duas de ouro e uma de prata.

Os irmãos João Emanuel, 11 anos, e João Felipe, 13 anos, da Academia Sagat Team, garantiram duas medalhas de ouro. Incentivados pelo pai e instrutor, Marcelo Jean, os meninos iniciaram no esporte em 2021 e hoje colhem os primeiros resultados de alto nível.

No Mundial, João Emanuel subiu duas categorias e competiu no extrapesadíssimo infantil B, faixa cinza e amarela. Mesmo enfrentando um adversário mais forte fisicamente, venceu por pontos e celebrou o ouro.

“Eu senti muita diferença porque subi duas categorias. Tive que usar muita força para derrubar meu adversário. Estou feliz por essa conquista, mais uma para a conta”, disse.

Mais experiente, João Felipe disputou seu terceiro Mundial. Depois de um bronze e uma prata nas edições anteriores, buscou o ouro no extrapesadíssimo infanto-juvenil A, faixa laranja. Ele destacou o alto nível da competição.

“É um campeonato com atletas de vários países, muito difícil. Batalhei muito para conquistar essa medalha”, afirmou.

O pai, Marcelo Jean, acompanhou os filhos durante a preparação e a viagem. Ele lembrou as dificuldades que a família enfrentou para custear a ida a São Paulo.

“Foi muito gratificante vê-los ganhando. Vendemos água no sinal para viajar. Em cima da hora, soubemos que o programa Mais Esportes não poderia liberar as passagens e tivemos que correr atrás, faltando uma semana. Fomos até Manaus vender água também. Virou uma corrente de força”, contou.

Outro destaque roraimense foi Luís Guedes, de 14 anos, que ficou com a prata. Ele conheceu o jiu-jítsu aos cinco anos em um projeto social e hoje treina na academia The Champion. No Mundial, competiu no extrapesadíssimo 3, faixa cinza e amarela.

Para chegar à decisão, Luís enfrentou o atual campeão brasileiro da categoria. Ele comentou que passou o ano inteiro competindo e se preparando para o torneio.

“Treinei o ano inteiro e disputei campeonatos no Amazonas. Fui campeão nos cinco que participei. Conquistar a prata foi muito bom, representar meu estado. Fiz três lutas e só parei na final contra um atleta duríssimo”, relatou.

A mãe do atleta, Mônica Santana, lembrou que precisou fazer um empréstimo para garantir a viagem. Luís também vendeu paçocas para ajudar nos custos.

“Meu filho só precisava de uma oportunidade. Ele teve problema com a passagem e precisei fazer um empréstimo. A prata dele vale ouro para mim. Quando me perguntarem, vou dizer que meu filho é campeão mundial, porque muitos gostariam de estar no lugar dele”, afirmou.