Esporte

Boa Vista recebe chama olímpica com festa

Em qualquer canto da cidade, por onde passava, a tocha olímpica arrancou aplausos, sorrisos, gritos eufóricos e até lágrimas de emoção

18 de junho de 2016. Uma data para ficar marcada na memória dos boa-vistenses. A chama olímpica envolveu milhares de pessoas em Boa Vista, no último sábado, a 48 dias dos Jogos Olímpicos Rio-2016. Em qualquer canto da cidade, por onde passava, a tocha arrancou aplausos, sorrisos, gritos eufóricos e até lágrimas de emoção.

Foi uma grande festa em todos os momentos. Desde a chegada no aeroporto, por volta das 10h30, quando foi apresentada e recebida com músicas regionais, como “Makunaimando”, tocadas pela orquestra do Instituto Boa Vista de Música, e com a coreografia de quadrilheiros do Boa Vista Junina, até o fim do percurso de 32 quilômetros, na Praça Fábio Marques Paracat, às 19h45, quando Karla Raskopf deu o beijo final na tocha e acendeu a pira de celebração do revezamento.

Coordenadora de extensão do Centro Universitário Estácio da Amazônia e do projeto Buriti Valley, Raskopf, que mora em Boa Vista há 20 anos, diz que acender a pira foi “um momento excepcional”. “É um momento fabuloso que não é só meu, é nosso, é dessa cidade toda”, declarou.

A prefeita Teresa Surita encerrou o evento, afirmando que o momento foi “único”, e agradeceu pela oportunidade de a cidade receber a chama olímpica. “O fato de a gente poder mostrar nossa cidade tão distante, é um orgulho enorme, (mostrar) as nossas qualidades, as nossas tradições. Nós nos preparamos para receber a tocha, e nós estamos muito felizes neste momento, de poder estar participando dessa história”, declarou.

Cada um dos 157 condutores carregou a tocha olímpica por 200 metros. O revezamento em Boa Vista reuniu atletas, personalidades locais e até anônimos, indicados em campanhas públicas dos patrocinadores do evento.

A nadadora Flávia Cantanhede, número 1 da natação feminina no Estado, recebeu a chama da tocha do artista plástico Isaias Miliano, e foi a responsável por levá-la de barco pelo Rio Branco, da Marina Meu Caso ao píer da Orla Taumanan, em um dos momentos mais marcantes do evento. Eduardo Amorim, melhor nadador roraimense no masculino, levou o objeto pela BR-174, próximo à sede da Polícia Federal.

Maior nome das maratonas aquáticas do Estado, Flávio Monteiro carregou a tocha pelo bairro Canarinho. Ex-jogador de futebol, Cleube Lima Ferreira, o Chulapa, conduziu pela Vila Olímpica Roberto Marinho. O jovem Danillo Rodrigues, de 13 anos, promessa do judô local, foi o penúltimo condutor, e repassou a chama à Karla Raskopf, já no Centro.

Já entre as personalidades locais, a colunista da Folha, Shirley Rodrigues, conduziu o objeto olímpico pela Praça do Centro Cívico, no mesmo dia em que comemorou seu aniversário.

O momento mais “adrenalina” do evento foi proporcionado pelo “homem-pássaro” Luigi Cani, que saltou em queda livre com a tocha na mão esquerda. No pouso na comunidade indígena de Campo Alegre, na zona rural de Boa Vista, um dos maiores paraquedistas do mundo passou a chama para a tocha da índia macuxi Lourdes Sampaio. Na sequência, o objeto passou por um corredor de guerreiros e arqueiros da Associação Indígena de Roraima, e um ritual com música e danças parixaras encerrou a cerimônia.

O revezamento da tocha ainda teve oito pontos de programações variadas, que reuniram desde atrações musicais e exposições artísticas, a competições esportivas. Na Vila Olímpica, por exemplo, havia uma mini-olimpíada, que entre as disputas, havia boxe e apresentações de capoeira. Quando a tocha chegou ao local, quase todo o público parou para acompanhá-la. E assim foi, também, no bairro Liberdade, onde alunos da escola Vovô Dandãe gritavam: “tocha olímpica, cadê você? Eu vim aqui só pra te ver!”.

Em todo o percurso, aproximadamente 20 mil pessoas acompanharam a tocha olímpica, segundo a Guarda Municipal. Neste domingo, a chama olímpica passou por Manaus (AM) e, nesta segunda-feira, visitará os municípios amazonenses de Iranduba e Presidente Figueiredo. Nesta terça-feira, segue para Rio Branco (AC).

CHAMA APAGA – A Folha flagrou dois momentos em que a chama olímpica apagou. Um deles foi sob a condução de Gabriel Cândido Xavier, pela tarde, na Avenida Ville Roy. Mas as equipes de apoio do revezamento logo reacenderam a tocha do jovem de 17 anos.

Xavier esteve no aeroporto para recepcionar a chama olímpica, e chamou a atenção de quem estava lá, por ser um dos mais emocionados ao vê-la de perto. “É uma emoção muito grande. Eu até brinquei com um cara ainda há pouco, que, se eu morresse hoje, seria um dia muito feliz para mim”, disse.

Perfil Lucas Luckezie
Lucas Luckezie

Jornalista

Formado pela UFRR. Iniciou a carreira em 2013 na Folha, onde está em sua 2ª passagem. Já trabalhou na Câmara de Boa Vista e na afiliada da TV Globo (Rede Amazônica), além de ter colaborado com SporTV, Globo e CNN Brasil. Tem experiência multimídia como repórter, apresentador, editor-chefe e assessor.

Formado pela UFRR. Iniciou a carreira em 2013 na Folha, onde está em sua 2ª passagem. Já trabalhou na Câmara de Boa Vista e na afiliada da TV Globo (Rede Amazônica), além de ter colaborado com SporTV, Globo e CNN Brasil. Tem experiência multimídia como repórter, apresentador, editor-chefe e assessor.

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