Eleições 2022

Manifestantes querem manter ato em RR até obter ‘intervenção federal’

Maioria foi ao protesto vestida de verde e amarelo e levou a bandeira do Brasil. Alguns contrariaram a orientação e foram vestidos alusivamente a Bolsonaro

Manifestantes querem manter ato em RR até obter ‘intervenção federal’ Manifestantes querem manter ato em RR até obter ‘intervenção federal’ Manifestantes querem manter ato em RR até obter ‘intervenção federal’ Manifestantes querem manter ato em RR até obter ‘intervenção federal’

O grupo de eleitores de Jair Bolsonaro (PL) insatisfeitos com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições presidenciais mantém pelo segundo dia, em frente à primeira Brigada de Infantaria de Selva, o protesto contra o resultado das urnas.

Eles trocaram o discurso golpista de “intervenção militar” com relação errônea ao artigo 142 da Constituição Federal para “intervenção federal”. Havia algumas placas pela via em frente ao quartel, a avenida General Sampaio, no bairro Marechal Rondon, estampando “intervenção federal: art. 142”.

Logo após a Folha registrar duas das placas instaladas na grade do quartel, uma mulher pediu para uma criança retirá-las.

Ao longo do ato, os manifestantes executavam hinos do Brasil, da Independência e do Exército. A maioria foi ao protesto vestida de verde e amarelo e levou a bandeira do Brasil. Alguns contrariaram a orientação e foram vestidos alusivamente a Bolsonaro.


Carros estacionados às margens da avenida Brasil faziam referência a Bolsonaro (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

No trio elétrico em frente à brigada, na noite desta terça-feira (2), um pastor orientava os manifestantes que desejavam discursar para que não usassem o microfone para atacar as instituições e não fazer referências a políticos e partidos, para “não invalidar” o protesto.

“Estamos aqui para defender a nossa família, a nossa liberdade. Estamos aqui para pedir socorro às Forças Armadas”, discursou. “O poder emana do povo. E quem autoriza o Exército é o povo”, completou, sob gritos dos manifestantes. “A nossa manifestação é pacífica, pela liberdade, pelo Brasil”.

Apesar da orientação, um homem disse, logo em seguida à multidão, sem citar Lula, que “não vamos aceitar que esse cidadão governe nosso país”, e chamou o presidente eleito de “vagabundo, condenado e corrupto”.

“A gente quer intervenção federal para que os militares tomem conta, façam alguma coisa pelo nosso País, pois não queremos entregar ele para um bandido. Não aceito [a eleição de Lula]. Pode ser para qualquer outro, menos pra ele”, disse à Folha a comerciante Djanira Feitosa, de 46 anos.

Ao longo desta quarta, havia desde água e frutas até costelão sendo distribuídos gratuitamente pelo ato. A manifestação, que não têm uma coordenação definida, pode continuar.

Um manifestante foi ao microfone para pedir apoio de empresários para que o protesto seja mantido nessa quinta-feira (3). A ideia é que o ato continue até que consigam a “intervenção federal”. Enquanto ele discursava, já ecoava pelo Brasil o elogio de Bolsonaro às manifestações pelo País, a reprovação do presidente aos bloqueios nas rodovias federais e a sugestão para que os atos fossem em outro lugar.

Os organizadores não divulgaram estimativa de público, mas a quantidade de manifestantes tomou conta da avenida General Sampaio, desde o início do acesso do quartel para quem passa pela avenida Brasil (BR-174), até o portão principal da brigada, onde havia a maior concentração de pessoas.

Na BR-174, manifestantes ocuparam o acostamento e uma faixa da via, deixando apenas um corredor para a passagem dos veículos. A concentração de pessoas na rodovia e os carros estacionados deixou o trânsito lento em todo o entorno, principalmente na avenida Centenário, onde condutores ainda deixavam o cemitério em virtude do Dia de Finados.

Perfil Lucas Luckezie
Lucas Luckezie

Jornalista

Formado pela UFRR. Iniciou a carreira em 2013 na Folha, onde está em sua 2ª passagem. Já trabalhou na Câmara de Boa Vista e na afiliada da TV Globo (Rede Amazônica), além de ter colaborado com SporTV, Globo e CNN Brasil. Tem experiência multimídia como repórter, apresentador, editor-chefe e assessor.

Formado pela UFRR. Iniciou a carreira em 2013 na Folha, onde está em sua 2ª passagem. Já trabalhou na Câmara de Boa Vista e na afiliada da TV Globo (Rede Amazônica), além de ter colaborado com SporTV, Globo e CNN Brasil. Tem experiência multimídia como repórter, apresentador, editor-chefe e assessor.

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