Senadores criticam saída de Jucá de liderança do Governo

O presidente nacional do MDB, senador Romero Jucá, candidato à reeleição, anunciou ontem sua decisão de deixar a liderança do governo no Senado, posto que ocupava desde março de 2017, a 40 dias das eleições. O motivo, segundo ele, é sua discordância pela “forma como o Governo Federal está tratando a questão dos venezuelanos em Roraima”.

A renúncia de Jucá ao posto acontece em meio à disputa eleitoral no estado, mas questionado se seu desligamento da função de líder estava relacionado ao pleito eleitoral, o senador negou e disse que não está preocupado com pesquisas. A renúncia foi alvo de críticas dos outros dois senadores da bancada de Roraima, Telmário Mota (PTB) e Ângela Portela (PDT).

“É o último suspiro do afogado”, diz Telmário Mota

Telmário Mota: “É habito dele abandonar os governos no final” (Foto: Wenderson de Jesus)

O senador Telmário Mota, do PTB, afirmou que esse “é o ultimo suspiro do afogado” do senador Romero Jucá, que segundo ele, estaria com a candidatura a reeleição em crise. “A saída do Jucá não é surpresa, pois é habito dele abandonar os governos no final. Ele fez isso com a Dilma, abandonou quando achou que ela não ganhava a eleição e depois voltou pianinho. Agora faz com Temer quando viu que faltavam poucos meses para acabar o governo e não ia tirar mais nada de recursos”, frisou.

Para Mota, a saída de Romero Jucá servirá de desculpa para não cumprir promessas como o enquadramento de 10 mil pessoas para os quadros da União. “Esse pula fora é para dizer que o Temer não quis enquadrar ninguém. Quantos foram enquadrados dos 10 mil que ele prometeu? É apenas oportunismo, pois fez o mesmo aqui em Roraima com o Anchieta, usou e abusou do Governo Estadual e quando ele foi para o Senado, apoiou o Luciano Castro. Agora falou mal do Anchieta

“Jucá tem padrão de traição”, diz Ângela Portela

“Fazer isso agora, a 45 dias da eleição, é escárnio”, frisou a senadora (Foto: Divulgação/FolhaBV)

A senadora Ângela Portela, do PDT, foi mais contundente em suas observações e afirmou que o ex-líder do governo acha que os roraimenses são bobos. “Só isso explica sua repentina e tardia conversão à oposição a Temer, seguindo seu famigerado padrão de traições a sucessivos governos desde a redemocratização do Brasil. Depois de dois anos e meio defendendo com unhas e dentes este governo ilegítimo, depois de dois anos e meio sem fazer nada para resolver a crise migratória, Jucá descobre agora que estava errado”, criticou.

Para a senadora pedetista, se ele realmente estivesse preocupado com os roraimenses, teria rompido com o governo desde o final do ano passado, quando a crise migratória foi agravada. “Fazer isso agora, a 45 dias da eleição, é escárnio. Jucá poderia aproveitar e romper de vez com Temer, entregando as centenas de cargos que ocupa com seus apadrinhados no Planejamento e em outros ministérios e órgãos públicos. Mas ele quer tudo ao mesmo tempo, ser oposição no que lhe convém e governo no que lhe é favorável. O povo de Roraima não é bobo, e dará sua resposta nas urnas, aposentando de vez quem se serve de nosso estado em vez de servir a ele”, assegurou.