Eleições 2018

Roraima terá 15 eleitores votando com nome social

Medida é amparada pela Portaria Conjunta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nº 1, de 17 de abril de 2018

Roraima terá 15 eleitores votando com nome social Roraima terá 15 eleitores votando com nome social Roraima terá 15 eleitores votando com nome social Roraima terá 15 eleitores votando com nome social

As eleições 2018 vão marcar, pela primeira vez, a utilização do nome social para os eleitores transexuais e travestis, uma medida que atende não só a um pleito antigo da comunidade LGBT, mas também a Portaria Conjunta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nº 1, de 17 de abril de 2018.

Dos mais de 6 mil cidadãos brasileiros que solicitaram a retificação junto aos cartórios eleitorais, 15 são de Roraima, segundo informou a Justiça Eleitoral.

Esse dado também está em consonância com as informações apresentadas pela Associação de Travestis, Transexuais e Transgêneros de Roraima (ATERR), entidade que atua no apoio a essa parcela da população no Estado.

“Abrir a possibilidade para que a população de travestis e transexuais possa adotar o nome que idealiza é sem dúvida um avanço para a sociedade, visto que muitas delas se sentem desconfortáveis por possuírem nomes vexatórios”, afirmou a presidente da ATERR, Rebecka Marinho.

Entre os eleitores que votarão esse ano com nome do qual sempre idealizou está Thamires Silva, de 30 anos. Natural de Boa Vista, a cabeleireira exibe com orgulho o documento.

“Quando me falaram sobre essa medida, eu comecei a ter dúvidas se realmente era verdade e se isso poderia chegar aqui em Boa Vista. Foi então que a associação fez o chamamento com as travestis e transexuais, para ver se conseguiríamos reunir um bom número de pessoas, pois isso ajudaria a dar mais rapidez na retificação. É uma conquista ir a um lugar e ser chamada pelo nome social que você tanto sonhou”, contou.

CONQUISTA – Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a inserção do nome social no cadastro eleitoral, aberto no período de 19 de abril a 9 de maio deste ano, obedeceu a uma série de regras. A primeira delas definiu o nome social como uma designação pela qual travestis e transexuais se identificam e que é socialmente reconhecida pelas pessoas, não sendo confundido com apelidos.

A Portaria também estabeleceu que, no Requerimento de Alistamento Eleitoral e no título, o nome social deve ser composto por prenome, acrescido do sobrenome constante do nome civil. Além disso, o nome social não pode ser ridículo, nem irreverente e tampouco atentar contra o pudor.

Outro efeito dessa nova medida é que o nome social também deve ser acompanhado do nome civil nas certidões que são emitidas pela internet e pelo Sistema Elo da Justiça Eleitoral. “É papel fundamental da Justiça Eleitoral atuar para que o exercício da cidadania aconteça de maneira livre de preconceitos”, defendeu a presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE-RR), desembargadora Tânia Vasconcelos.

Para o estudante Vinícios Rafael, 23 anos, a possibilidade de votar pela primeira vez com o nome social já pode ser considerado o primeiro passo para a construção de um país mais junto, onde os cidadãos LGBT são tratados com o respeito e a atenção que merecem.

“É um avanço, pois facilita a nossa ida na hora de votar. Eu conheço alguns garotos que deixaram de votar na última eleição que teve por causa desse problema. O eleitor trans apresenta uma documentação diferente e aí as pessoas olham de forma estranha, algo muito diferente de agora, já que a retificação nos dá uma segurança maior de exercemos o nosso direito como cidadão”, pontuou.

Compartilhe via WhatsApp.
Compartilhe via Facebook.
Compartilhe via Threads.
Compartilhe via Telegram.
Compartilhe via Linkedin.