PF registra sete crimes eleitorais no segundo turno

Maior número de casos registrados foi na Capital, com registros de venda de camiseta de candidato, prisão por desacato e propaganda irregular

A Polícia Federal registrou crimes eleitorais em cinco municípios de Roraima. Foram sete crimes, dos quais apenas um terminou em prisão por flagrante delito.

O maior número de casos registrados foi na capital Boa Vista, onde houve a venda irregular de camiseta com foto de candidato, uma prisão por desacato de um eleitor fazendo desordem em um local de votação, além de uma apreensão de propaganda irregular em um supermercado da cidade.

No Uiramutã, veículos foram apreendidos e motoristas presos por transporte ilegal de eleitores. Em Pacaraima houve um caso de um mesário conduzido para a Polícia Federal por propaganda irregular para o presidente eleito Jair Bolsonaro. Em Rorainópolis, foi feito o registro de um mesário conduzido para a Polícia Civil por fazer boca de urna na seção eleitoral. Em São João da Baliza, um eleitor foi conduzido para a delegacia por quebra de sigilo de voto.

O caso mais emblemático envolveu a venda de camisetas do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) e o governador eleito Antonio Denarium (PSL), na avenida Ville Roy, ao lado de um posto de combustível pertencente ao deputado federal Abel Mesquita (DEM), candidato a vice-governador na coligação rival, que terminou em confusão com direito a tiro e a Termo Circunstanciado por crime eleitoral na Polícia Federal.

Segundo informações de testemunhas, um venezuelano estava vendendo camisetas na esquina do posto, quando eleitores do grupo de José de Anchieta começaram a filmar, o que teria provocado uma briga generalizada com os correligionários rivais.

O venezuelano retirou as camisetas e, após colocar em um saco, caminhou até uma residência próxima ao posto, guardando nessa casa.

Na confusão que se formou, um militar da reserva de 78 anos foi agredido no rosto com um pedaço de madeira e um agente de polícia que passava na hora pelo local teria disparado tiros para cima.

Abel Mesquita gravou um vídeo explicando que foi informado por funcionários de uma confusão e ao chegar ao local teria expulsado os briguentos. “Jamais permitiria que alguém fosse agredido dentro do meu estabelecimento. Estava apartando a briga e me colocaram como agressor com o único objetivo de denegrir minha imagem”, afirmou.

A Lei Eleitoral proíbe exibição de camisetas penduradas em varal. De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral, a venda de blusas ou objetos em exposição caracteriza propaganda eleitoral e não é permitida no dia de eleição.

OUTRO LADO – Sobre a confusão, a Coligação Todos por Roraima esclareceu que membros da sua equipe, ao flagrarem a comercialização de camisetas do candidato opositor, fez a denúncia do crime eleitoral e aguardou a chegada das autoridades policiais.

“A equipe da coligação Todos por Roraima registrava por meio de celular a ocorrência do crime eleitoral, quando foi abordada de forma agressiva pelos outros correligionários ligados ao grupo opositor, cujo um dos integrantes sacou uma arma e atirou para cima. Houve um tumulto. Segundo relatos de testemunhas, um senhor caiu e se machucou. A coligação esclarece ainda que o candidato a vice, Abel Mesquita, chegou no fim da confusão e não cometeu nenhuma agressão a qualquer pessoa presente no local. A coligação repudia qualquer forma de violência e ressalta que está tomando todas as providências cabíveis, tanto em relação às agressões, quanto ao crime eleitoral”, informou. (C.C)