
O município mais indígena do Brasil, Uiramutã, iniciou nesta semana a implantação de uma plataforma digital para modernizar a gestão da alimentação escolar. A ferramenta, chamada BB Alimentação Escolar, utiliza inteligência artificial para planejar cardápios, gerar listas de compras e organizar o estoque, garantindo maior eficiência e transparência no uso dos recursos públicos.
O projeto foi firmado na quarta-feira, 29, entre o Banco do Brasil e a Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Desporto (Semecd). Nesta fase inicial, três escolas municipais foram contempladas: Antônio Rodrigues, na sede; Cícero Canuto de Lima, na comunidade indígena Monte Moriá I; e Amooko Davi de Souza, na comunidade Nova Vida.
Treinamentos e fase piloto


Servidores dessas unidades participarão de treinamentos e atividades durante três meses. Nesse período, serão realizadas capacitações para o uso das ferramentas digitais, testes de aceitabilidade dos cardápios e levantamento de dados nutricionais dos estudantes. Ao final da fase piloto, o sistema deverá ser expandido para todas as escolas do município.
De acordo com a gerente do programa, Tatiane Torres, equipes do Banco do Brasil, incluindo nutricionistas, realizarão visitas técnicas, pesagens dos alunos e oficinas nas comunidades. “O projeto piloto está dividido em quatro etapas, com visitas às escolas, capacitação dos servidores, entrega de kits e acompanhamento dos resultados”, explicou.
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Eficiência e impacto social
A tecnologia foi desenvolvida em parceria com a Govtech Lemobs e segue diretrizes do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Além de controlar cardápios e despesas, a plataforma registra dados antropométricos, restrições alimentares, cardápios, calendário escolar e formulários de vistoria, possibilitando maior controle e fiscalização.
A iniciativa também incentiva a compra de alimentos da agricultura familiar e busca reduzir desperdícios, promovendo impacto social e sustentabilidade.
Segurança alimentar e transparência
Para o secretário municipal de Educação, Damázio de Souza Gomes, o sistema representa um avanço para o município. “O programa contribui para reduzir a má nutrição, desenvolver hábitos alimentares saudáveis e apoiar a agricultura familiar, destinando 30% dos recursos para produtores locais. A plataforma torna a gestão mais eficiente, transparente e sustentável”, afirmou.
Segundo ele, o projeto reforça o compromisso do município com a qualidade de vida dos estudantes e a boa aplicação dos recursos públicos. “Com essa iniciativa, Uiramutã dá mais um passo importante para garantir uma alimentação escolar mais eficiente, inclusiva e sustentável”, destacou.