Foto: EAF
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Comunicadores indígenas de diferentes etnias concluíram o 6º Encontro de Cidadania Digital, promovido pelo Projeto Terra Preta em Boa Vista, com foco no uso consciente da internet e na valorização da comunicação popular. O evento, encerrado nessa quinta-feira (23), na Universidade Federal de Roraima (UFRR), fortaleceu redes de comunicadores e ampliou o debate sobre conectividade e soberania digital nos territórios amazônicos.

A iniciativa é desenvolvida pela Entidade Administradora da Faixa (EAF), instituição sem fins lucrativos responsável pela implantação das infovias do programa Norte Conectado, do Ministério das Comunicações. Em Roraima, o encontro teve o apoio do Conselho Indígena de Roraima (CIR), que participou da mobilização das comunidades e das atividades de formação.

O projeto tem como objetivo preparar as comunidades para o uso produtivo e seguro da internet de alta qualidade, que deve chegar a mais de 45 cidades da Região Amazônica por meio das infovias – rede subfluvial de cabos de fibra óptica instalada nos rios. A Infovia 04 contempla parte do território roraimense.

O projeto tem como objetivo preparar as comunidades para o uso produtivo e seguro da internet de alta qualidade. Foto: EAF

Durante a programação, foram debatidos temas como comunicação popular e indígena, segurança digital, combate às fake news e uso crítico das redes sociais. Também foram realizadas oficinas sobre plataformas livres, educomunicação e ferramentas de participação social, com foco no fortalecimento da cidadania e no acesso ao e-Gov.

A diretora de Projetos e Sustentabilidade da EAF, Patricia Abreu, destacou o impacto do programa nas comunidades amazônicas. “O Terra Preta estimula o desenvolvimento de ferramentas digitais que fortalecem de forma enraizada as culturas locais, geram renda e ampliam a cidadania. O projeto será apresentado pela EAF na COP 30, em Belém (PA), como exemplo de inclusão digital e protagonismo das comunidades amazônicas”, afirmou.

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Para a coordenadora do programa em Roraima, Evilene Paixão, o encontro reforçou o papel dos comunicadores indígenas na democratização da informação. “Embora o direito à comunicação seja garantido a todos, o cenário prático nunca foi de democracia e diversidade. E para mudar essa realidade, precisamos fortalecer as redes de comunicação de base e garantir a soberania digital”, ressaltou.

Expansão do Projeto Terra Preta

Os encontros do Terra Preta já foram realizados em Fonte Boa, Santo Antônio do Içá e Tefé, no Amazonas; e em Breves e Outeiro, no Pará. Até o fim do ano, o projeto deve chegar a Ponta de Pedras (PA) e Caracaraí (RR).

Inspirado na fertilidade da terra preta amazônica, símbolo da sabedoria ancestral indígena e do equilíbrio com a natureza, o projeto traduz esse conceito em ações de sustentabilidade digital e valorização dos saberes tradicionais.