REINTEGRAÇÃO SOCIAL

Parceria vai ofertar EJA e qualificação profissional no sistema prisional de Roraima

A iniciativa terá duração de 24 meses (prorrogáveis), com aulas aos sábados, das 8h às 12h, nas dependências da Cadeia Masculina

Parceria vai ofertar EJA e qualificação profissional no sistema prisional de Roraima

O Serviço Social da Indústria (Sesi), em parceria com a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc), anunciou o início de uma nova parceria voltada para internos da cadeia pública masculina. A iniciativa conta ainda com o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e da Federação das Indústrias do Estado de Roraima (Fier).

A proposta vai além da oferta tradicional da Educação de Jovens e Adultos (Eja), o programa chamado “reconhecimento de saberes” aproveita conhecimentos adquiridos ao longo da vida e promove uma qualificação profissional com dupla certificação do Sesi e Senai.

Para a diretora do Sesi, Gardênia Cavalcante, a parceria representa um divisor de águas.

“Esse momento é um marco histórico. Vamos ofertar EJA para quem precisa ser incluído na sociedade com qualificação. Nossa metodologia valoriza a vivência de cada um, resgatando desde a infância até o presente, validando competências adquiridas. Ao final, eles terão Ensino Médio completo e curso técnico em Assistente Administrativo”, explicou.

A diretora do Sesi, Gardênia Cavalcante (Foto: Nilzete Franco/FolhaBv)

O modelo adotado é o de séries integradas e ensino técnico de Assistente Administrativo, que acelera o processo educacional, segundo a diretora.

“Eles fazem três anos em um, e ainda saem com qualificação profissional. Isso é valorização e oportunidade concreta de mudança”, completou a diretora.

A superintendente da Fier, Almecir Camara, destacou o papel social da instituição.

Superintendente da Fier, Almecir Camara (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

“A parceria é o caminho para o desenvolvimento. Esse é um trabalho que me dá prazer enquanto presidente de uma instituição que pensa em todos. Estamos contribuindo para que essas pessoas voltem para a sociedade dignamente, com capacidade de ajudar suas famílias e construir novas trajetórias”, declarou.

Do lado profissional do Senai, Antonio Celso Albuquerque, o diretor, reforçou a urgência de ações concretas que liguem formação profissional ao mercado e na reinserção do interno à sociedade.

“Uma das maiores dificuldades de quem sai do sistema prisional é conseguir emprego. Estamos atuando para preparar essas pessoas para o que o mercado exige e também trabalhando com a indústria para promover a reinserção profissional. O curso de Assistente Administrativo é um dos mais requisitados em Roraima hoje. A cidade cresce, o Estado cresce, e há demanda”, afirmou.

Antonio Celso Albuquerque diretor de ensino profissional do Senai (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

Segundo ele, novos cursos podem ser implementados, dependendo da estrutura disponível nas unidades.

“Temos planos para cursos em áreas como construção civil e costura, sempre pensando em como facilitar a aplicação dentro das penitenciárias. Mas a integração entre ensino médio e qualificação já acontece e será levada para dentro do sistema com todo nosso apoio técnico e pedagógico”, completou.

Implementação dentro do Sistema Prisional

A diretora do Departamento de Justiça da Sejuc, Maria José da Conceição, classificou a cooperação como “de extrema relevância”.

Maria José da Conceição é diretora do Departamento de Justiça da Sejuc (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

“Sabemos que segurança e reintegração social só acontecem com educação e trabalho. Estamos fortalecendo essas ações. Começamos com a cadeia pública masculina, mas a perspectiva é avançar para outras unidades”, disse.

Ela explicou que a seleção dos internos foi feita com base em um levantamento prévio e garantiu que a meta é ousada.

“Queremos que todos saiam do sistema com o ensino médio completo. Serão, de fato, cidadãos preparados para uma nova chance na sociedade”.

A iniciativa terá duração de 24 meses, podendo ser prorrogada, com aulas aos sábados, das 8h às 12h, nas dependências da Cadeia Masculina do bairro São Vicente e outras unidades do sistema prisional, conforme demanda.

Ao final do curso, os internos que cumprirem os requisitos de frequência das aulas e aproveitamento receberão históricos escolares e diplomas de conclusão, validando sua formação.

Neste primeiro ciclo, o projeto vai atender 50 internos. A expectativa é de ampliar esse número já no próximo semestre, de acordo com a disponibilidade de vagas ofertadas pelo Sesi.

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