PARALISAÇÃO

Membro do Comando de Greve da UFRR não considera internato de medicina um serviço essencial

Conforme uma aluna de medicina da UFRR, a maior parte das atividades do internato estão suspensas há dois dias e estudantes reclamam de futuros prejuízos

Membro do Comando de Greve da UFRR não considera internato de medicina um serviço essencial Membro do Comando de Greve da UFRR não considera internato de medicina um serviço essencial Membro do Comando de Greve da UFRR não considera internato de medicina um serviço essencial Membro do Comando de Greve da UFRR não considera internato de medicina um serviço essencial
Cartaz de greve na UFRR (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)
Cartaz de greve na UFRR (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

Em resposta ao Centro Acadêmico, à Universidade Federal de Roraima (UFRR) e aos alunos do curso de medicina, que consideram o internato um serviço essencial e que o calendário não deve ser suspenso, o membro do Comando Local de Greve, Jaci Guilherme Vieira, discordou que a atividade seja essencial. Afirmou ainda que “não são só os alunos de medicina que estão sendo prejudicados, mais de 7 mil estudantes de outros cursos também estão”.

A UFRR chegou a publicar um ofício na segunda-feira (6), que considera cerca de 20 serviços essenciais. Entre eles, estão atividades de ensino com duração temporária, como o internato. Uma acadêmica do 6° ano de medicina, que não quis se identificar, disse à FolhaBV que há cerca de dois dias os alunos estão impedidos de realizarem estágio nas unidades hospitalares do estado.

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Conforme o professor Jaci, o Comando não está de acordo com o que a universidade definiu como serviço essencial. Informou também que mais de 30 professores de medicina aderiram à paralisação de atividades.

Segundo a aluna, parte do curso ainda está ativo, como o 2°, 3° e 4° anos, pois nem todos os professores teriam aceitado a greve. Em relação ao internato, após a adesão de alguns docentes, outros passaram a cancelar os estágios e “ignorar completamente a normativa divulgada pela Reitoria da UFRR”.

“No internato, a gente trabalha 12h por dia, de domingo a domingo, pois os professores dizem que se a gente tiver um dia de folga, vamos comprometer nosso aprendizado como médicos. Agora, em greve, não vai comprometer? Eles estão sendo seletivos”, afirmou.

A paralisação estaria concentrada em 90% do internato, afetando a formação em clínica médica, saúde coletiva nas UBSs, ginecologia e obstetrícia, e clínica cirúrgica. Apenas o estágio em pediatria estaria mantido.

A estudante relatou que, se a paralisação levar muito tempo, haverá prejuízos para a comunidade estudantil e às unidades hospitalares. “A gente do 6° ano está a cinco meses de se formar, não vamos ter como repor o tempo perdido. Temos que prestar as provas de residência médica a partir de novembro e precisamos estar com o diploma em mãos. Com a greve, provavelmente não vamos conseguir fazer as provas”, comentou.

Ela ainda ressalta a essencialidade da atividade de internato. De acordo com a aluna, nos hospitais, o interno é responsável por “visitar e examinar primeiro os pacientes, depois vem o preceptor para corrigir o que foi feito e discutir as condutas”. Relembra ainda que a turma dela já teve a formação prejudicada devido às aulas remotas durante pandemia da Covid-19.

Diante do relato, Jaci apontou que “vários profissionais estão esperando terminarem o curso para fazer concursos também” e reforçou que o curso de medicina não é o foco do debate do Comando. “Estamos lutando por uma recomposição do orçamento. Daqui a pouco não vai ter mais curso de medicina, porque vai acabar o dinheiro. Tem professor de medicina comprando equipamento com o próprio dinheiro”, finalizou.

A reportagem entrou em contato com a Coordenação do curso de medicina da UFRR, que não se manifestou até a publicação da matéria.

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