A Escola Municipal Newton Tavares, no bairro Calungá, recebe entre os dias 2 e 4 de setembro a 5ª Feira de Iniciação Científica de Boa Vista (FEIC/BV). O evento reúne 185 projetos de alunos da rede municipal de ensino, com apresentações nos turnos da manhã e tarde.
O tema desta edição é “Cultura Oceânica: a cultura oceânica para enfrentar as mudanças climáticas”, em consonância com a 22ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia e com a Década do Oceano da ONU (2021-2030).
Segundo a superintendente de Educação Básica da Secretaria Municipal de Educação (Smec), Lilian Vieira, a proposta é estimular a pesquisa científica desde a educação infantil, com senso crítico, criatividade e trabalho em equipe.
“A primeira fase é a escolar, realizada ainda no primeiro semestre. Agora estamos na etapa municipal, com trabalhos selecionados em diferentes categorias. Os vencedores recebem medalhas, troféus e certificados, e a equipe com maior pontuação pode ser credenciada para eventos científicos regionais ou nacionais”, explicou.
Além da exposição dos trabalhos, este ano há um espaço voltado para atividades ligadas ao Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).
“As crianças estão apresentando aplicativos criados nas escolas para aprimorar competências e habilidades, como parte de um esforço para elevar os indicadores de aprendizagem”, acrescentou Lilian.
Projetos em destaque na feira
As produções abordam diferentes áreas, como fauna e flora aquáticas, mudanças climáticas, robótica, inclusão social e saúde. Um dos projetos que chamaram atenção foi o “Heróis do Plâncton”, desenvolvido por alunos do 5º ano. O estudante Arthur Maia, de 8 anos, explicou como o grupo apresentou o tema:
“Os plânctons são seres bem pequenos que fazem metade do oxigênio do mundo. A gente criou um quiz com QR Code para explicar sobre eles. Eu achei muito legal participar”, disse.
A professora Mauryellen Costa, responsável pelo projeto, destacou o envolvimento da turma.
“Eles se empolgaram tanto que decidiram montar também uma peça teatral, mostrando a importância dos plânctons e os impactos da poluição. Foi um processo de pesquisa, criação de jogos e produção coletiva que trouxe muito aprendizado”, relatou.
Outro trabalho apresentado foi o projeto “Sentir o cheiro do oceano: uma viagem pelos mares”, elaborado por estudantes da sala multifuncional da Escola Municipal Edsonina de Barros Vila, no bairro dos Estados. A aluna Maria Clara, de 11 anos, que tem Transtorno do Espectro Autista (TEA), participou da criação do cenário e explicou a mensagem principal:
“Aprendemos que precisamos cuidar do mar todos os dias e que não podemos jogar coisas nele, porque isso prejudica as criaturas que vivem lá”, contou.
A professora responsável pela sala multifuncional reforçou que o objetivo foi unir inclusão e sustentabilidade.
“Trabalhamos com materiais recicláveis, pesquisas e atividades em parceria com as famílias. A expectativa dos alunos foi enorme e o resultado mostra a importância da educação inclusiva”, destacou.
Participação ampla
Os 185 trabalhos estão distribuídos em categorias que vão da creche à Educação de Jovens e Adultos (EJA), incluindo turmas da educação do campo e indígena. Todos os participantes recebem certificados digitais, e os melhores de cada categoria levam troféus e medalhas.
Para a organização, a feira é uma oportunidade de integrar escolas, professores, famílias e comunidade em torno da ciência e da preservação ambiental.
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