EDUCAÇÃO

Escuta pública revela falhas na rede de ensino de Alto Alegre

Transporte escolar precário, merenda irregular e falta de estrutura estão entre os principais problemas relatados à comunidade e ao MPF

Escuta Pública em Alto Alegre. Foto: divulgação/MPF
Escuta Pública em Alto Alegre. Foto: divulgação/MPF

Falta de transporte escolar, merenda irregular e escolas sem estrutura adequada foram alguns dos problemas relatados por professores, alunos e gestores durante escutas públicas realizadas nesta quarta e quinta-feira (10 e 11) em Alto Alegre, a 80 km de Boa Vista. As reuniões integram o projeto Ministério Público pela Educação (MPEduc), conduzido pelo Ministério Público Federal (MPF), que também visitou oito escolas rurais e indígenas, incluindo unidades na Terra Yanomami.

A iniciativa buscou avaliar a qualidade da educação básica e cobrar soluções de gestores municipais e estaduais. As visitas apontaram transporte precário, ausência de prédios próprios e salas improvisadas.

A procuradora da República Natália Lourenço Soares destacou que o projeto aproxima o MPF da realidade local. “Nosso papel é ir até as comunidades, ouvir as demandas, compreender os desafios e encaminhar melhorias”, afirmou.

Outro ponto debatido foi a falta de chamadas públicas para aquisição de alimentos da agricultura familiar, prevista no PNAE. Para a procuradora, essa medida garantiria frutas e verduras de forma regular na merenda escolar, além de fortalecer produtores locais.

O procurador da República Alisson Marugal ressaltou a relevância de Alto Alegre no contexto da educação indígena. “É fundamental garantir escola de qualidade para essas comunidades, especialmente na Terra Yanomami, por estarem completamente desassistidas e precisarem da educação como alternativa de vida em um território muito atingido pelo garimpo ilegal”, disse.

Prefeito de Alto Alegre, Wagner Nunes, os procuradores da república, Natália Lourenço e Alisson Marugal,e o promotor de Justiça do MP, Gabriel Cardoso. Foto: divulgação/MPF

Gestores municipais e estaduais assumiram compromissos de melhorias. O prefeito Wagner Nunes afirmou que a escuta pública ajuda a identificar prioridades. A secretária de Educação, Luedja Maria, avaliou a iniciativa como apoio à gestão local, enquanto o secretário adjunto de Educação Básica do Estado, Edson Mendonça, mencionou os desafios logísticos em áreas indígenas.

Também participaram do encontro representantes da Controladoria-Geral da União (CGU) e do Ministério Público de Roraima (MPRR), que defenderam o acompanhamento das políticas públicas e o fortalecimento do controle social.

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