A Universidade Federal de Roraima (UFRR) promove, na próxima sexta-feira (1º/8), a exibição do documentário “A Queda do Céu”, produção que retrata a cosmovisão Yanomami e denuncia os impactos da mineração ilegal nos territórios indígenas da Amazônia. A sessão será às 19h, no auditório do Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais (PRONAT), no campus Paricarana, em Boa Vista.
Dirigido por Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha, o documentário é baseado no livro escrito pelo líder Yanomami David Kopenawa em parceria com o antropólogo Bruce Albert. A obra é considerada um marco do pensamento indígena e da etnografia contemporânea, e inspira o filme ao trazer uma crítica profunda à destruição dos modos de vida tradicionais provocada pelo avanço do garimpo e pelas doenças.
“A obra de Kopenawa e de Bruce Albert denuncia as violências impostas aos povos originários e compartilha a cosmovisão Yanomami como forma de resistência e afirmação de existência”, destacou o professor Carlos Alberto Cardoso, diretor do Centro de Ciências Humanas (CCH/UFRR) e um dos organizadores do evento.
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A exibição contará com debate com pesquisadores convidados e será seguida de um coquetel com alimentos orgânicos e indígenas. A programação é organizada pelo CCH, com apoio dos cursos de Ciências Sociais, História e Relações Internacionais, em parceria com a Hutukara Associação Yanomami e a Aruac Filmes.
Oficina sobre proteção territorial Yanomami
No dia seguinte, 2 de agosto, das 8h30 às 12h, será realizada a oficina “Proteção Territorial e Povos Indígenas – Enfoque na Terra Indígena Yanomami”, no auditório do CCH. A atividade será coordenada pelo professor Gabriel Damasceno e promovida pelo Centro de Monitoramento e Proteção Territorial da Terra Indígena Yanomami, vinculado ao Ministério dos Povos Indígenas (MPI/UFRR).
A oficina abordará temas como normas constitucionais, instrumentos internacionais e experiências Yanomami de vigilância e diplomacia territorial. A atividade é aberta ao público, mediante inscrição prévia via formulário online.
De acordo com o professor Carlos Alberto, as ações marcam o encerramento do semestre 2025.1 e propõem uma reflexão crítica sobre saberes indígenas e os desafios enfrentados pelos povos da floresta. “Essas ações reafirmam o compromisso da UFRR com o diálogo intercultural, a defesa dos direitos humanos e a produção de conhecimento crítico engajado no contexto amazônico”, afirmou.