
Pela primeira vez desde o início do levantamento, as vendas de apartamentos superaram as de lotes em Boa Vista. O dado é do 9º Censo Imobiliário, divulgado nesta terça-feira (11) pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil de Roraima (Sinduscon-RR), em parceria com a Brain Inteligência Estratégica.
De acordo com o levantamento, o Valor Geral de Vendas (VGV) dos empreendimentos verticais residenciais aumentou mais de 1.000% em relação ao mesmo período de 2024, saltando de R$ 9,6 milhões para R$ 108,1 milhões entre janeiro e setembro deste ano. Já o VGV dos empreendimentos horizontais (loteamentos abertos, fechados e casas em condomínio) caiu 77%, passando de R$ 452,7 milhões em 2024 para R$ 104,5 milhões em 2025.


O gestor da Brain Inteligência Estratégica, Anderson Gonçalves, explica que o mercado local passa por uma fase de reajuste após o recorde de 2024, quando Boa Vista teve o maior volume de lançamentos e vendas da série histórica. No entanto, a procura crescente por apartamentos indica uma mudança cultural entre os compradores.
“Essa migração do produto horizontal para o vertical é uma mudança de comportamento. Não acontece da noite para o dia, mas temos observado uma receptividade muito positiva. Boa Vista está se tornando uma cidade que aceita e busca esse tipo de moradia”, destacou.
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Redução de novos lançamentos
O levantamento também mostra que, além da queda nas vendas de lotes, houve redução no ritmo de novos lançamentos e aumento do estoque, que chegou a 1.923 unidades no terceiro trimestre. O preço médio do metro quadrado dos imóveis horizontais ficou em R$ 606, leve alta de 2,6% frente ao trimestre anterior.
O presidente do Sinduscon-RR, Clerlânio Holanda, reforçou que a desaceleração é reflexo de um 2024 “extraordinário” para o setor.
“Quem prospectou no ano passado está construindo neste ano e em 2026. Os lançamentos diminuíram, mas as vendas continuaram boas, dentro da estabilidade de um mercado cíclico. Tivemos nos últimos dez dias cinco grandes lançamentos na capital, com valor geral superior a R$ 500 milhões, que só aparecerão no próximo censo, do quarto trimestre”, explicou.

Para 2026, as expectativas são positivas, impulsionadas pelas novas regras de crédito imobiliário da Caixa Econômica Federal, que ampliam o teto de financiamento para R$ 2,25 milhões e elevam o percentual financiável de 70% para 80%. “A construção civil é a mola que impulsiona a economia. Quando o setor vai bem, o estado vai bem”, finalizou Holanda.