
Cinco sindicatos e quatro associações sugerem para o governador Antonio Denarium (Progressistas) zerar o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) dos itens da cesta básica em Roraima. Procurado, o governo estadual ainda não comentou o assunto.
Eledilson Baía, presidente dos sindicatos dos Garçons (Sintag-RR) e dos Técnicos de Segurança do Trabalho (Sintest-RR), disse representar trabalhadores que, majoritariamente ganham em torno de R$ 2,5 mil mensais. Ele sustenta o pedido devido a isenções adotadas por estados como Amazonas, Ceará e São Paulo.
“O custo de vida duplicou em Roraima. E o item mais pesado para a população é a cesta básica. Todas essas entidades representam pessoas assalariadas com ganho médio de um a dois salários mínimos e meio, e sentem esse peso”, explicou.
Além disso, Baía afirma que empresários não estariam repassando, para o consumidor final, algumas reduções parciais de itens da cesta básica. “O que chega são as promoções, a competitividade entre as empresas para vender seu produto”, lamentou.
O presidente do Sindicato dos Taxistas de Roraima (Sintacaver), Ivaney Lima, endossa o movimento pelo imposto zero sobre a cesta básica, ao citar a queda da renda mensal de sua categoria. Para ele, a concorrência de taxistas convencionais e de lotação com motoristas e motociclistas de aplicativo motivou a redução desses ganhos.
“Está difícil trabalhar, mas a gente tá sobrevivendo. A renda do taxista caiu muito. Há três, quatro anos, ainda se tinha uma renda de R$ 4 mil, R$ 5 mil. Hoje, eu acredito que isso chega a R$ 2,5 mil, R$ 3 mil com muito esforço”, lamentou.
Roraima é o segundo Estado que mais tributa a cesta básica
Levantamento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) revelou que Roraima é o segundo Estado que mais tributa a cesta, com percentual entre 12% e 20%.
Assim como nas outras 26 unidades federativas, o Estado apenas isenta frutas, legumes, verduras e ovos, considerados os itens da cesta nacional.
Em Roraima, 14 itens são considerados essenciais na cesta: arroz, feijão, carne, frango, leite, pão, café, açúcar, farinha de mandioca, mandioca, tomate, banana, óleo e manteiga.
Preço aumentou em abril
Em Boa Vista, em abril, a cesta básica custou, em média, R$ 653,62, conforme levantamento mensal da Secretaria Estadual de Planejamento (Seplan).
O preço representa um aumento de 1,3% em relação ao mês anterior, além de corresponder a 43% do salário mínimo (atualmente em R$ 1.518).
“Para quem hoje vive de aluguel e tem que pagar a água, a luz e a cesta básica, é ruim”, avaliou Eledilson Baía.
Tomate (10%), café (5,9%) e frango (5,6%) puxaram a alta, enquanto farinha (-13,8%), a manteiga (-5%) e a mandioca (-3,8%) apresentaram queda.
Sem o imposto, o valor médio da cesta poderia custar de R$ 583,59 a R$ 544,68. Isso representaria uma economia mensal de R$ 70,03 a R$ 108,94.