O volume de vendas do comércio varejista em Roraima apresentou retração de 2,1% em agosto de 2025 na comparação com o mesmo mês do ano anterior, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) por meio da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC). O resultado contrasta com o desempenho do país, que registrou variação positiva de 0,4% no mesmo período, consolidando o quinto mês consecutivo de crescimento nas vendas em âmbito nacional.
Enquanto o comércio brasileiro manteve trajetória de leve recuperação, impulsionado principalmente pelos setores de artigos farmacêuticos, móveis e eletrodomésticos, e vestuário, o desempenho em Roraima refletiu um cenário de desaceleração do consumo local. A redução de 2,1% coloca o estado entre os piores resultados da Região Norte, onde o Acre teve alta de 3,2% e o Amazonas apresentou queda mais moderada, de 1,3%.
Os números de Roraima acompanham um movimento de enfraquecimento do varejo na região norte do país, marcada por oscilações significativas entre os estados. Fatores como o encarecimento de bens duráveis, o aumento nos custos de combustíveis e a perda de poder de compra das famílias contribuíram para o desempenho negativo.
Segundo o IBGE, a média móvel trimestral do varejo nacional manteve-se estável (0,0%) no trimestre encerrado em agosto, após uma queda de 0,2% no mês anterior, sinalizando uma recuperação lenta e desigual entre as unidades da federação.
No comércio varejista ampliado, que inclui os segmentos de veículos, motos, materiais de construção e atacado de alimentos, o cenário nacional foi um pouco mais favorável, com crescimento de 0,9% em relação a julho. Ainda assim, o acumulado do ano até agosto foi negativo (-0,4%), indicando que parte dos setores ainda enfrenta dificuldades de retomada após meses de variações modestas.
Em termos setoriais, o país registrou altas expressivas em equipamentos e material de escritório, informática e comunicação (4,9%) e tecidos, vestuário e calçados (1,0%), além de crescimento consistente em artigos farmacêuticos e de perfumaria (0,7%). Por outro lado, os segmentos de combustíveis (-0,6%) e livros e papelaria (-2,1%) apresentaram retração, afetando estados com menor diversificação comercial, como Roraima.
Apesar da queda registrada em agosto, o desempenho do varejo roraimense não representa uma reversão estrutural, mas indica um momento de maior cautela no consumo. O cenário reforça a necessidade de estímulos regionais que ampliem o poder de compra e promovam a diversificação econômica, especialmente em atividades de comércio e serviços. No conjunto do país, o acumulado dos últimos 12 meses mostra avanço de 2,2% no varejo, um resultado positivo que ainda não se reflete de forma homogênea entre as regiões.