Economia

Política monetária também envolve parlamentares, diz economista

Para Haroldo Aromas, embate entre Lula e Banco Central, terá judiciário e parlamento como atores principais na decisão da Taxa Selic; avaliação ocorreu no Agenda da Semana, na Folha FM, neste domingo (19)

Política monetária também envolve parlamentares, diz economista Política monetária também envolve parlamentares, diz economista Política monetária também envolve parlamentares, diz economista Política monetária também envolve parlamentares, diz economista

O economista e doutor em Relações Internacionais, Haroldo Amoras, apontou que judiciário e parlamento também têm oportunidade no debate sobre a política monetária do Brasil, que está em torno da atual porcentagem da Taxa básica de juros (Selic). A entrevista foi dada ao programa Agenda da Semana, da rádio Folha FM, neste domingo (19). 

Nos últimos dias, a Taxa Selic tem gerado conflito entre o presidente da República, Lula, e Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC). A insatisfação de Lula está nos impactos da elevada taxa de juros sobre as perspectivas de crescimento do país. O Congresso Nacional já convidou Campos Neto para dar explicações sobre a política monetária do BC.

“As pessoas ficam imaginando que é um jogo apenas entre executivo e Banco Central. Não, esse jogo tem atores muito poderosos. E um dos mais poderosos é o judiciário. O judiciário, leia-se hoje no Brasil, é o STF (Supremo Tribunal Federal) e que é Supremo mesmo, está provando isso aí. E [o outro poderoso é] o parlamento. O parlamento tem poder para fazer emendas. Significa realocar recursos. Tirar de A, jogar para B”, afirmou Aromas, dando a possibilidade para que a população cobre posicionamento e ação dos parlamentares eleitos no ano passado. 

Para o economista, a consciência cívica e cidadã precisam amadurecer na população brasileira, para entender que é legítimo a ação do parlamento com emendas, como também é correto o Congresso agir neste impasse econômico, mesmo que os chefes sejam contrários ao governo Lula. “Esse é o aspecto e parece que nós estamos caminhando neste rumo, isto é da locação ser decidida majoritariamente pelo Congresso. Porque é necessário haver uma composição, uma arrumação de quem está no executivo, o governador, prefeito ou presidente; ele ter uma base parlamentar majoritária para que a política do partido seja uma política sem grandes atritos”, disse Haroldo Aromas. 

COMO A INFLAÇÃO AFETA A POPULAÇÃO
A Taxa Selic para 2023 foi definida a partir da análise do Copom (Comitê de Política Monetária), que reuniu representantes do governo e representantes da iniciativa privada, para fixar as metas em termos daquilo que o mercado está sinalizando. “Então hoje, por exemplo, essa taxa Selic está fixada em 13,75%. Essa é a meta. Agora, o mercado vai operar com só 13,75%? Não. Vai operar com menos disso. Aí é que entra o jogo de mercado”, disse.

O jogo de mercado apontado por Aromas é de quem está ansioso para vender títulos abaixo dessa taxa para o banco e quando o banco vai vender, oferta no valor que comprou mais o custo de transação. O que sai caro, tanto para consumidores, quanto investidores de empresas. 

“Vai afetar a taxa de câmbio, vai afetar a decisão de composições de ativos, enfim, vai ter uma série de repercussões. Porque se essa taxa de juros básica fica mais cara, o investidor, e aqui eu estou falando do investidor no sentido da inversão produtiva; a composição de ativo e imobilizado, isto é a compra de uma máquina de equipamento, a implantação de uma fábrica, de uma fazenda; [vai pagar mais caro]. Esse dinheiro que vai financiar esse investimento vai ficar mais caro”, explicou o economista.

Para o economista, a tendência é essa: com o crédito caro para investir, as atividades produtivas não terão expectativa de lucro. É preciso acompanhar o embate entre o governo e o BC sobre a política monetária, que têm gerado imprevisibilidade da inflação, para investir. 

Outras informações foram dadas por Haroldo Aromas ao programa Agenda da Semana e a entrevista completa está disponível no canal do YouTube, Folha FM 100.3. 

Compartilhe via WhatsApp.
Compartilhe via Facebook.
Compartilhe via Threads.
Compartilhe via Telegram.
Compartilhe via Linkedin.