Economia

Educação financeira na infância é alternativa contra o endividamento

Bancos oferecem contas específicas para menores de idade, para as primeiras lições sobre finanças

Pelo segundo mês seguido houve aumento no número de famílias roraimenses endividadas, alcançando no mês de fevereiro deste ano o patamar de 83,6%. Destas, 33,6% estão inadimplentes. Para especialistas da área, a saída para conter este alto índice é a educação financeira aplicada desde a infância. 

Neste contexto, ações simples, como envolver a criança no planejamento do orçamento familiar, auxiliam no desenvolvimento de um adulto consciente financeiramente. A abertura de uma conta para a criança pode ser o primeiro movimento para proporcionar a ela uma vida financeira saudável e segura. Dados do Banco Central apontam a existência de cerca de 23 milhões de contas para o público jovem – de 15 a 24 anos -, crescimento de 50% nos últimos 10 anos. 

Com foco na educação financeira desde a infância, o Sicredi criou a Conta Menor. Somente na região Norte e Centro-Oeste são mais de 45 mil contas para menores de idade (até 17 anos) ativas, usadas por associados como parte da educação financeira dos filhos. Basta apresentar documentos de identidade da criança ou adolescente e do responsável. 

Os pais podem escolher entre conta corrente, poupança ou conta corrente com poupança integrada. 

“Dentre os produtos e serviços da Conta Menor estão as movimentações, transações e investimentos. É disponibilizado cartão de débito, que possibilita realizar compras e saques no Brasil e no exterior. Para as economias ou reserva financeira, a poupança é uma sugestão, e para investimento o Sicredinvest (depósito a prazo) é uma alternativa aos associados”, descreve o gerente de Desenvolvimento Regional do Sicredi em Roraima, Andrey Alba.

Mas esta inserção de crianças e adolescentes em instituições financeiras requer cuidados. A Conta Menor não disponibiliza cartão de crédito e outras linhas de crédito, para garantir a segurança financeira da criança ou adolescente. Além disso, o representante tem acesso ao aplicativo da instituição, onde consegue verificar as movimentações. 

“Essa é uma maneira de ajudarmos as crianças e adolescentes a entenderem o valor do dinheiro, o que pode ou não comprar e a importância de economizar. Quando ensinamos esses valores para uma criança desde cedo é provável que desenvolva hábitos saudáveis em relação ao dinheiro ao longo da vida”, afirmou a consultora Marianne Moraes.