ESTREITO DE ORMUZ

Conflito no Oriente Médio já pressiona preço dos combustíveis em Roraima

Sindipostos-RR confirma primeiros repasses; Abicom alerta para impacto mais severo no Norte e Nordeste

Conflito no Oriente Médio já pressiona preço dos combustíveis em Roraima Conflito no Oriente Médio já pressiona preço dos combustíveis em Roraima Conflito no Oriente Médio já pressiona preço dos combustíveis em Roraima Conflito no Oriente Médio já pressiona preço dos combustíveis em Roraima
Imagem de www.slon.pics no Freepik
Imagem de www.slon.pics no Freepik

A escalada da crise no Oriente Médio já provoca os primeiros reflexos no mercado de combustíveis em Roraima. Com a ameaça do Irã de fechar o estreito de Ormuz — responsável por escoar cerca de 20% de todo o petróleo comercializado no mundo — o preço dos derivados começou a subir nas distribuidoras e deve chegar às bombas nos próximos dias.

Segundo o presidente do Sindicato dos Postos de Combustíveis de Roraima (Sindipostos-RR), João Victor Kontinski, confirmou que os primeiros aumentos já foram comunicados ao setor varejista. “Sim, já tivemos alguns repasses e amanhã devem acontecer outros. Até este momento, R$ 0,05 em todos os produtos. Esse foi o repasse que já recebemos, mas que não foi repassado ainda ao consumidor, até porque ainda tem esse outro reajuste que está previsto”, afirmou.

De acordo com ele, o cenário é de cautela. Caso o reajuste previsto para esta terça-feira (24) não seja expressivo, os postos devem absorver os custos sem repasse imediato ao consumidor. “Havendo um repasse significativo, aí será repassado”, explicou Kontinski.

Norte e Nordeste devem sentir impactos nos preços

Roraima é um dos estados com maior vulnerabilidade diante de crises internacionais envolvendo o petróleo, devido à dependência da importação e aos custos logísticos mais altos para abastecimento. Em cenários de instabilidade como o atual, os efeitos sobre o preço nas bombas tendem a ser mais rápidos e intensos.

A avaliação é reforçada pela Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), que projeta impactos mais fortes nas regiões Norte e Nordeste do país. “A expectativa é de que o impacto seja sentido mais diretamente nessas regiões, onde a maior parte do abastecimento vem de fora”, explicou Sérgio Araújo, presidente executivo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE



Fechamento de Ormuz: a decisão do parlamento iraniano

Estreito de Ormuz, principal corredor marítimo para o escoamento do petróleo produzido no Golfo Pérsico. Foto: divulgação

A pressão nos preços ganhou força após ameaça e decisão do parlamento iraniano, que votou no último domingo (22), pelo fechamento do Estreito de Ormuz — principal corredor marítimo para o escoamento do petróleo produzido no Golfo Pérsico. O texto, aprovado em resposta aos ataques norte-americanos contra instalações nucleares iranianas no sábado (21), ainda precisa passar pelo crivo do Conselho Supremo de Segurança Nacional e do líder supremo do país, Ali Khamenei.

A proposta foi defendida publicamente por parlamentares iranianos como Esmaeil Kowsari, que afirmou que “o parlamento chegou à conclusão de que deve fechar o Estreito de Ormuz”. O estreito é considerado um dos pontos mais estratégicos do mundo: por ele passa cerca de 21% de todo o petróleo comercializado globalmente. Seu bloqueio pode provocar uma reação em cadeia no mercado energético internacional.

De acordo com a seguradora holandesa ING, uma interrupção significativa nesses fluxos seria suficiente para elevar o preço do barril de petróleo para US$ 120. Caso o bloqueio persista até o fim do ano, o valor pode ultrapassar a máxima histórica de US$ 150, registrada em 2018. O aumento também pressiona os preços do gás natural e afeta o custo do transporte marítimo de derivados.

Compartilhe via WhatsApp.
Compartilhe via Facebook.
Compartilhe via Threads.
Compartilhe via Telegram.
Compartilhe via Linkedin.