(Créditos: iStock/ RafaPress)
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Diante do avanço constante no preço da energia elétrica, cresce entre os brasileiros a busca por alternativas para reduzir gastos. Medidas como a troca de eletrodomésticos antigos por modelos mais eficientes, o uso racional do ar-condicionado e a adesão a serviços de assinatura de energia solar têm ganhado espaço nos lares do país. Sem sinais de alívio nas tarifas, o movimento revela uma mudança de comportamento: consumidores cada vez mais atentos à relação entre economia doméstica e sustentabilidade.

Esse contexto, aliado a predominância da bandeira vermelha e reajustes acima dos 6,3% programados, ajuda a entender por que, em um ano, a procura por “dicas para economizar na conta de luz” duplicou de volume. De acordo com o levantamento recente, realizado pelaBulbe Energia, fornecedora de energia solar por assinatura, mostram que, de setembro/24 a setembro/25, essas buscas no Google aumentaram 100%.

A moda é economizar

Ficou caro usar energia elétrica no Brasil. Em agosto, a projeção da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de aumento para o ano era de 6,3%. Mas, na prática, alguns estados sofreram alterações superiores. A exemplo, as aprovações de setembro e outubro das novas tarifas da Luz e Força Santa Maria (+15,42%), Equatorial Goiás (+18,74%) e EDP SP (+14,94%).

Também em agosto, a bandeira vermelha patamar 2 foi acionada, o que refletiu em um acréscimo de R$ 7,87 a cada 100 kW/h. A medida durou até outubro, quando regrediu para o patamar 1, porém com o acréscimo de R$ 4,46 para cada 100 kW/h. Se tornou imperativo ao consumidor, portanto, driblar os altos preços pelo serviço.

A apreensão sobre o tema é tamanha que supera, em número de pesquisas no Google, outras despesas domésticas como água e supermercado. No levantamento da Bulbe Energia, a ordem das principais preocupações econômicas dos brasileiros, atualmente, se classifica em:

Os números e os temas pesquisados sugerem uma mudança na mentalidade do consumidor brasileiro. Além do desejo de diminuir os custos no orçamento, percebe-se a intenção de um modo de vida mais consciente e sustentável, através de substituições e adaptações práticas e acessíveis no cotidiano.

Como economizar energia

Apesar de não ser possível interferir em variáveis externas como altas tarifas e recorrentes ondas de calor, o movimento de consumo sustentável tende a se consolidar em 2026. Afinal, os consumidores desempenham papel ativo na redução da conta quando fazem uso racional dos aparelhos domésticos ou investem em modelos sustentáveis de energia.

A preocupação com a eficiência energética dos dispositivos de uso diário também surge como uma das alternativas. Por isso, é possível encontrar no mercado versões atualizadas que consomem menos kW/h e entregam melhor desempenho. No Brasil, modelos com selo Procel A, que indica baixo consumo de energia, já dominam o mercado e podem representar uma economia significativa ao longo do tempo.

O que é e como funciona a energia solar?

Entre as estratégias mais eficazes para economizar na conta de luz está o investimento em energia solar. O modelo se divide em duas principais modalidades: geração própria e assinatura de energia solar, ambas com potencial de reduzir os gastos mensais e contribuir para um consumo mais sustentável.

Geração própria com painel solar

Na geração própria, o consumidor instala um sistema fotovoltaico, responsável por captar a luz do sol e a converter em eletricidade por meio de células fotovoltaicas. Essa energia é utilizada para abastecer o imóvel e o excedente é convertido em créditos na rede da concessionária local, podendo ser abatido em contas futuras.

O investimento inicial costuma gerar algumas despesas, já que envolve aquisição de equipamentos, instalação e regularização. No entanto, o retorno financeiro ocorre entre cinco e sete anos, e o sistema pode gerar economia de até 90% na fatura de energia. Além disso, os painéis têm vida útil de mais de 20 anos, o que garante benefícios duradouros e valorização do imóvel.

Assinatura de energia solar

Para quem deseja economizar sem precisar investir na instalação de painéis, o modelo de assinatura de energia solar tem se tornado uma solução popular. Nesse formato, o consumidor “aluga” uma fração de uma usina solar remota e recebe créditos de energia na conta de luz. O desconto é aplicado diretamente pela concessionária, reduzindo o valor pago de forma imediata, sem custos de implantação, obras ou manutenção.

De acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), o número de consumidores que aderiram a planos de assinatura cresceu mais de 40% nos últimos dois anos. O formato tem atraído principalmente famílias e pequenas empresas que buscam economia e sustentabilidade sem enfrentar burocracias.

Assim como existem muitos fatores relacionados ao aumento do custo da energia elétrica, também há alternativas para diminuir o preço a ser pago. Independentemente da alternativa escolhida, a tendência é que os brasileiros mantenham a busca por formas mais conscientes e eficientes de utilizar os recursos financeiros.