TENSÃO NA FRONTEIRA

Venezuela empossa governador de Essequibo eleito em pleito proibido na ONU

Em cerimônia, Neil Villamizar prometeu criar condições favoráveis a solucionar a disputa com a Guiana, no âmbito de um acordo internacional de 1966

Neil Villamizar, eleito governador de Essequibo em eleição proibida na ONU, faz discurso de posse na Venezuela
Neil Villamizar, eleito governador de Essequibo em eleição proibida na ONU, faz discurso de posse na Venezuela (Foto: Reprodução VTV)

A Venezuela empossou nesta quinta-feira (5) o almirante Neil Villamizar, ex-comandante da Marinha venezuelana, como governador de Essequibo. A área sob domínio da Guiana é reivindicada há mais de 120 anos pelo País do ditador Nicolás Maduro.

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Chamado pela ditadura como “primeiro governador de Guyana Esequiba”, Villamizar, em discurso de posse, prometeu criar condições favoráveis a solucionar a disputa com o País vizinho, no âmbito do Acordo de Genebra de 1966.

Esse termo, portanto, reconheceu a existência do litígio entre os países, o que implica na busca por solução pacífica e satisfatória para os dois lados.

Para a Venezuela, o acordo foi uma vitória parcial sobre o laudo arbitral internacional que, em 1899, decidiu que o território pertencia à então Guiana Britânica.

“Cumprirei e farei cumprir a Constituição Nacional e as leis da República para executar e cumprir a Lei Orgânica de Defesa de Guayana Esequiba e todas as ações necessárias para trazer desenvolvimento, prosperidade e identidade venezuelana a todos os habitantes do nosso território”, afirmou Villamizar.

Ademais, o político aliado de Maduro prometeu realizar expandir projetos relativos a estradas, energia elétrica, saúde e transporte.

Durante a cerimônia, a vice-presidente da ditadura, Delcy Rodríguez, destacou, então, que “quando nascemos como República, já tínhamos este território, com título, direitos legítimos. A segunda grande verdade foi o roubo e a pilhagem cometidos pelos britânicos.”

Eleição proibida

A Corte Internacional de Justiça (CIJ), da Organização das Nações Unidas (ONU), atendeu um pedido da Guiana e proibiu a eleição para o governo de Essequibo.

No entanto, a Venezuela descumpriu a decisão e elegeu, no último dia 25, o candidato do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), que superou outros três concorrentes e obteve 97,40% dos votos (ou 4.720 votos).

Realizado na fronteira com a Guiana, o pleito com 21.413 eleitores aptos a votar teve a ausência de 68,42% do eleitorado.

No dia seguinte ao pleito, o presidente guianense Irfaan Ali voltou a criticar a Venezuela ao declarar que seu País se defenderia de qualquer agressão vizinha.

Perfil Lucas Luckezie
Lucas Luckezie

Jornalista

Formado pela UFRR. Iniciou a carreira em 2013 na Folha, onde está em sua 2ª passagem. Já trabalhou na Câmara de Boa Vista e na afiliada da TV Globo (Rede Amazônica), além de ter colaborado com SporTV, Globo e CNN Brasil. Tem experiência multimídia como repórter, apresentador, editor-chefe e assessor.

Formado pela UFRR. Iniciou a carreira em 2013 na Folha, onde está em sua 2ª passagem. Já trabalhou na Câmara de Boa Vista e na afiliada da TV Globo (Rede Amazônica), além de ter colaborado com SporTV, Globo e CNN Brasil. Tem experiência multimídia como repórter, apresentador, editor-chefe e assessor.

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