TENSÃO

Essequibo: Guiana denuncia ataques oriundos da Venezuela na fronteira

Exército guianense relatou três ataques distintos nas últimas 24 horas. Venezuela ainda não se pronunciou sobre o assunto

O presidente da Guiana, Mohamed Irfaan Ali, durante discurso
O presidente da Guiana, Mohamed Irfaan Ali, durante discurso (Foto: Divulgação)

A Força de Defesa da Guiana (GDF) diz ter sido alvo de ataques durante patrulhas fluviais de rotina ao longo do rio Cuyuni, na região de Essequibo, na fronteira com a Venezuela.

Em comunicado nesta quinta-feira (15), os militares relataram disparos efetuados por indivíduos armados em trajes civis, que estavam no lado venezuelano do curso d’água. A GDF, então, relatou três ataques distintos em 24 horas.

Em comunicado, Exército da Guiana detalha a região dos ataques (Foto: Reprodução)

Em todos os casos, as tropas responderam de forma “proporcional”, conforme o comunicado.

O texto informa que nenhum soldado guianense se feriu, mas não detalha o estado dos alvos dessa reação.

“A Força permanece firme em sua missão de proteger a integridade territorial da Guiana”, disse a GDF, que garantiu todas as medidas necessárias para proteger as fronteiras do País e “manter a paz e a segurança” na própria nação.

A Venezuela ainda não se pronunciou sobre o assunto.

Tensão por Essequibo

Os ataques ocorrem em meio à tensão entre os países sul-americanos em razão do litígio sobre Essequibo, dominada pela Guiana.

Em 2023, a Venezuela, unilateralmente, promoveu um referendo popular para aprovar a anexação de Essequibo ao seu território.

No ano seguinte, apesar de proibido pela Corte Internacional de Justiça (CIJ) ligada à ONU (Organização das Nações Unidas), e de concordar em não escalar o conflito, o ditador Nicolás Maduro promulgou a anexação da área.

Em 2025, a Venezuela convocou, para 25 de maio, eleições para governadores, deputados estaduais e federais. A convocação inclui a zona reivindicada, que o País chama de Guayana Esequiba.

Quatro candidatos disputam o governo do território, sendo o almirante Neil Villamizar, ex-comandante da Marinha da Venezuela, o favorito a vencer o pleito.

Foi a convocação do pleito que motivou a Guiana a solicitar intervenção da Corte da ONU.

O tribunal, então, proibiu o País de Maduro a realizar o pleito, mas a Venezuela decidiu descumprir a decisão. Assim, a Guiana reforçou a vigilância na fronteira.

Desde o século XIX, a Venezuela reivindica a região, alegando que foi injustamente despojada dela por uma comissão de fronteiras.

A Guiana, por sua vez, mantém controle sobre a área desde sua independência do Reino Unido em 1966.

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