A Força de Defesa da Guiana (GDF) diz ter sido alvo de ataques durante patrulhas fluviais de rotina ao longo do rio Cuyuni, na região de Essequibo, na fronteira com a Venezuela.
Em comunicado nesta quinta-feira (15), os militares relataram disparos efetuados por indivíduos armados em trajes civis, que estavam no lado venezuelano do curso d’água. A GDF, então, relatou três ataques distintos em 24 horas.
Em todos os casos, as tropas responderam de forma “proporcional”, conforme o comunicado.
O texto informa que nenhum soldado guianense se feriu, mas não detalha o estado dos alvos dessa reação.
“A Força permanece firme em sua missão de proteger a integridade territorial da Guiana”, disse a GDF, que garantiu todas as medidas necessárias para proteger as fronteiras do País e “manter a paz e a segurança” na própria nação.
A Venezuela ainda não se pronunciou sobre o assunto.
Tensão por Essequibo
Os ataques ocorrem em meio à tensão entre os países sul-americanos em razão do litígio sobre Essequibo, dominada pela Guiana.
No ano seguinte, apesar de proibido pela Corte Internacional de Justiça (CIJ) ligada à ONU (Organização das Nações Unidas), e de concordar em não escalar o conflito, o ditador Nicolás Maduro promulgou a anexação da área.
Em 2025, a Venezuela convocou, para 25 de maio, eleições para governadores, deputados estaduais e federais. A convocação inclui a zona reivindicada, que o País chama de Guayana Esequiba.
Quatro candidatos disputam o governo do território, sendo o almirante Neil Villamizar, ex-comandante da Marinha da Venezuela, o favorito a vencer o pleito.
Foi a convocação do pleito que motivou a Guiana a solicitar intervenção da Corte da ONU.
O tribunal, então, proibiu o País de Maduro a realizar o pleito, mas a Venezuela decidiu descumprir a decisão. Assim, a Guiana reforçou a vigilância na fronteira.
Desde o século XIX, a Venezuela reivindica a região, alegando que foi injustamente despojada dela por uma comissão de fronteiras.
A Guiana, por sua vez, mantém controle sobre a área desde sua independência do Reino Unido em 1966.