Cotidiano

Você na Folha debate LGBTQ+

Folha perguntou à população boa-vistense sobre agressões em decorrência da identidade de gênero

FABRÍCIO ARAÚJO

Colaborador da Folha

Na última semana, dois casos de agressão contra travestis ganharam repercussão nacional. Em um deles, a vítima precisou ter o braço amputado. No outro, o agressor arrancou o coração da vítima, colocou a imagem de uma santa sobre o corpo e “justificou” que fez isso porque se tratava de um “demônio”. A Folha foi às ruas saber o que as pessoas acham das agressões em decorrência da identidade de gênero e se acreditam que deveria haver uma lei específica para estes casos.

José Blanco, 20 anos, vendedor (Foto: Priscilla Torres/Folha BV)

“Eu acho que é injusto, porque as pessoas LGBT são como qualquer outra e merecem respeito, amor, uma boa vida e oportunidades de trabalho, assim como as heterossexuais. Acho que essas agressões são muito injustas. Deveria haver uma lei porque uma parte da população não respeita as pessoas LGBT, que acabam sem proteção”.

Werner Mendez, 27 anos, vendedor (Foto: Priscilla Torres/Folha BV)

“É uma crueldade, falta de amor ao próximo. Devem ser doentes mentais. Eu me sinto triste sabendo desses casos e que ainda existem pessoas assim, com esta mente, pobre de espírito. Não tem nem o que falar de gente assim. Acho que deveria ter lei para isso sim. Tem leis para coisas fúteis e desnecessárias e isso é para defesa de pessoas”.

Queren Hapuc, 25 anos, estudante de medicina veterinária (Foto: Priscilla Torres/Folha BV)

“É preciso respeitar as outras pessoas. Isso me dói porque as pessoas não têm um nível de maturidade elevada, não conseguem diferenciar os espaços delas e entender que, se não concordam, devem guardar isso para si, não tem necessidade de agressão. Na construção de uma sociedade, todos têm os seus direitos e deveres, obviamente seria necessário”.

Gleison Adriano da Silva, 35 anos, estudante de engenharia elétrica (Foto: Priscilla Torres/Folha BV)

“Acho isso uma barbaridade. Todo mundo é igual e cada um faz o que quiser da vida. Se uma pessoa tem uma profissão ou está em um curso, não se pode agredir ninguém porque faz Direito ou Letras. Vivemos numa democracia e a democracia é isso. A Lei Maria da Penha, embora não consiga combater todos os casos inibe as agressões. É preciso lei e informação na mídia para as pessoas.”

Adriany Carvalho, 24 anos, fisioterapeuta (Foto: Priscilla Torres/Folha BV)

“Nunca devemos julgar ninguém, cada um tem suas opções e temos obrigação de respeitar. Tenho muitos amigos que sofreram agressões por fazerem parte deste grupo e é até difícil expressar o que eu sinto porque convivo com pessoas que sofrem com esse tipo de coisa. Com certeza, é preciso uma lei, assim como tem para proteger a mulher. Essas pessoas fazem parte da sociedade e não tem nada que as ampare.”

Angélica Pinto de Freitas, 51 anos, técnica de enfermagem (Foto: Priscilla Torres/Folha BV)

“Eu sou cristã, leio a Bíblia todo dia e nosso Deus nos deu o livre arbítrio. Eu posso ser o que quiser. Eu respeito as pessoas, seja lá o que elas forem. Não acho certo essas agressões. Eu tenho filhos e se um deles fosse gay, eu mataria por ele, continuaria amando. Não gostaria de ter um filho homossexual porque li na Bíblia que é errado, mas não odeio, não tenho nojo e não aceito que agridam essas pessoas, eles não fazem mal para ninguém. Na minha cabeça cristã, se fazem mal é só para elas, mas não para mim. Eles não matam, não roubam, trabalham e estudam, são pessoas normais e esses abusos que fazem contra eles, eu não aceito”.

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