Cotidiano

Violência em sala de aula tem levado professores a se afastarem do trabalho

Escolas militares têm auxiliado na redução da violência na escola, mas Sinter diz que é preciso mudar a realidade das comunidades no entorno

Violência em sala de aula tem levado professores a se afastarem do trabalho Violência em sala de aula tem levado professores a se afastarem do trabalho Violência em sala de aula tem levado professores a se afastarem do trabalho Violência em sala de aula tem levado professores a se afastarem do trabalho

A violência dentro das escolas da rede pública estadual de ensino é alvo de constante preocupação do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Roraima (Sinter). Segundo a categoria, as brigas entre alunos, a violência verbal contra professores e o vandalismo contra bens móveis são o reflexo da violência na comunidade ao entorno da escola, onde os alunos estão inseridos.

A medida encontrada pelo Governo do Estado é a militarização das escolas da rede pública. O método já foi aplicado em três unidades de ensino. O presidente do Sinter, Flávio Bezerra, afirma que a medida tem ajudado sim a reduzir os índices de violência dentro das escolas, mas que não é a solução.

“Precisamos mudar o comportamento da comunidade onde o aluno está inserido. É necessário um trabalho social. É preciso mudar o que circunda a escola. A militarização garante apenas a mudança dentro da escola, depois que o aluno sai de lá, ele está cercado por uma realidade diferente. Essa mudança tem que ocorrer também na sociedade, pois a escola é um reflexo disso”, afirmou.

Ele relatou que a violência dentro das escolas tem chegado a um nível em que muitos professores têm adoecido e pedido afastamento do trabalho para tratamento psiquiátrico. “Os casos são muitos, mas não temos um levantamento exato do número de professores que estão nessa condição. Estou à frente do Sinter há seis meses e pretendo levantar dados estatísticos sobre o assunto o quanto antes”, disse.

Segundo Bezerra, na sua maioria, a violência contra o professor é verbal e que não há registros em Roraima de casos de violência física. “Os alunos xingam os professores, fazem gestos obscenos. Algumas vezes cometem violência contra bens móveis. O professor tem o pneu do carro furado, um risco na lataria, coisas do tipo. Existem alguns casos que vão inclusive ao Conselho Tutelar e, é claro, depois da audiência há uma retratação das partes”, afirmou.

Caso o professor necessite, o Sinter tem um serviço de assessoria jurídica que acompanha o educador, seja no Conselho Tutelar ou outros órgãos competentes, para oficializar a denúncia contra o infrator. Esse setor também faz um acompanhamento de casos de denúncias contra gestores e até mesmo professores por assédio moral e outras causas, além de prestar orientações necessárias para isso.

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