Ocorrências de violência contra a mulher e de acidentes de trânsito estão em maior número entre os pedidos de ajuda feitos por meio do número de emergência 190 em Roraima. De acordo com a capitã Ingrid de Melo, que atua no 1º Batalhão da Polícia Militar.
“Todos os dias, recebemos chamados para esse tipo de ocorrência. Normalmente a violência doméstica é praticada por cônjuge ou ex-cônjuge das vítimas”, enfatizou.
O diferencial do Ronda Maria da Penha, segundo a capitã , é que, necessariamente, um dos policiais em cada viatura precisa ser mulher. “É obrigatório, porque, às vezes, a mulher que sofre violência, ao ser atendida por um homem, fica tímida e constrangida para contar detalhes, e a policial tem a sensibilidade necessária e a confiança da vítima”, ressaltou.
Em razão disso, além de desenvolver várias ações destinadas às mulheres, a Coordenação de Políticas Públicas para as Mulheres implantou, em parceria com a Sesau (Secretaria Estadual de Saúde), em 2016, a Sala Lilás no IML (Instituto Médico Legal), a fim de oferecer apoio e tratamento humanizado às vítimas de violência. Mulheres e crianças são atendidas por duas técnicas de enfermagem e uma enfermeira e o funcionamento é 24 horas.
“O Ronda Maria da Penha representa um avanço muito grande no atendimento às mulheres, principalmente porque os policiais, não só os que atuam no projeto, mas todos recebem orientações quanto a esse tipo de ocorrência. Eles passam periodicamente por treinamentos e ciclos de palestras de atualização sobre a Lei Maria da Penha, sobre o atendimento em si, que precisa ser mais humanizado, para evitar a violência institucional contra essas pessoas e a revitimização, a fim de impedir também o aprofundamento de traumas”, explicou a capitã.
Ronda Maria da Penha
Criado em 2016, décimo ano de vigência da Lei Maria da Penha, resultante de parceria com o Tribunal de Justiça do Estado, o projeto Ronda Maria da Penha é uma das ações do Governo de Roraima de atendimento à mulher vítima de violência. Neste Dia Internacional da Não-Violência contra a Mulher, 25 de novembro, a Polícia Militar ressalta a importância do projeto para a assistência humanizada às mulheres.
Origem da data
No dia 25 de novembro de 1960, as irmãs Pátria, Minerva e Maria Teresa, conhecidas como “Las Mariposas”, foram brutalmente assassinadas pelo ditador Rafael Leônidas Trujillo, da República Dominicana. As três combatiam fortemente aquela ditadura e pagaram com a própria vida. Seus corpos foram encontrados no fundo de um precipício, estrangulados, com os ossos quebrados. As mortes repercutiram, causando grande comoção no país. Pouco tempo depois, o ditador foi assassinado.
Em 1999, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas instituiu 25 de novembro como o Dia Internacional da Não-Violência Contra a Mulher, em homenagem às “Mariposas”. Ou seja, durante um dia no ano, incitam-se reflexões sobre a situação de violência em que vive considerável parte das mulheres em todo o mundo.