Um reflexo da situação econômica da Venezuela percebido em Roraima é a quantidade de venezuelanos de bem, que estudavam e tinham bons empregos, mas que hoje são vítimas da escassez de alimentos na Venezuela e se sujeitam a ficar não apenas nas ruas de Pacaraima. Em Boa Vista, muitos fazem malabares nos semáforos utilizando bolas, água e até fogo para tentar chamar a atenção dos motoristas e receber alguma retribuição.
Um dos malabares, que preferiu não se identificar, disse que é estudante do 5° semestre de Desenho Gráfico em Puerto Ordaz e está há três semanas na Capital.
Contou que seus pais não puderam mais pagar a faculdade, pois tudo o que ganham é para comprar alimentos. Ele disse que é comum as pessoas associarem os que estão nos semáforos com o uso de drogas. “Somos artistas que levam felicidade e alegria em troca de contribuição”, disse ao comentar que pretende levar um pernil para a sua família no Natal e que está disposto a conseguir um emprego no Brasil.
Outros venezuelanos estão aos poucos adquirindo estabilidade no Brasil, trabalhando em diversas atividades, como garçons de bares e restaurantes, por exemplo.
Nem todos seguem o mesmo caminho. Há os que preferem pedir nas ruas, como é o caso das senhoras indígenas da etnia Warao.
PROSTITUIÇÃO – A prostituição não é um problema visível apenas na fronteira. Na Capital, alguns pontos viraram referência para garotas e até rapazes que se oferecem em troca de dinheiro, como acontece nas ruas próximas à Feira do Passarão, no bairro Caimbé, zona Oeste.