Cotidiano

Venda de medicamentos genéricos já superam os de marca na Capital

Quando foram autorizados para comercialização, há 17 anos, genéricos eram visto com desconfiança pelos consumidores

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Estudo realizado pelo Instituto Febrafar de Pesquisa e Educação Continuada (Ifepec) demonstrou que a quantidade de brasileiros comprando medicamentos genéricos já superou a dos que escolhem remédios de marca: 37% preferem a primeira opção, contra 32% dos que compram a segunda, tendo ainda 31% que alternam entre os dois. 45% das pessoas priorizam a economia, levando para casa um produto muitas vezes diferente da receita original.

Vistos com desconfiança quando foram instituídos pelo Governo Federal, há 17 anos, os genéricos chegavam a apenas 10,46% de participação no mercado farmacêutico de Roraima em 2014, a menor participação da região Norte, que, por sua vez, era a menor do Brasil. O dado é do estudo da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos com o instituto IMS Health, que fiscaliza o mercado farmacêutico mundial.

O gerente Francisco Alves de Miranda, que trabalha em uma farmácia na avenida Santos Dumont, bairro São Francisco, zona Norte de Boa Vista, disse que diariamente 80% das pessoas que se dirigem ao seu balcão procuram por genéricos. Tendo ou não receita. “Existem vários laboratórios que fabricam o mesmo medicamento, aí o genérico só muda o nome da droga, ficando mais econômico para nós que revendemos e para o consumidor”.

A farmacêutica Cleópatra Merlin, de um estabelecimento na avenida Capitão Júlio Bezerra, também no bairro São Francisco, não sabe dizer a porcentagem de vendas, mas vê na sua farmácia uma divisão entre os tipos de clientes: os que chegam com receita tendem a comprar os medicamentos genéricos, que muitas vezes já foram prescritos pelos médicos. Quando as receitas trazem o nome comercial, os consumidores perguntam se há uma versão mais barata.

“Já é mais difícil isso acontecer quando eles se automedicam. Enquanto que os mais novos preferem os com o nome do princípio ativo, os idosos geralmente resistem aos remédios sem nome fantasia. Percebo que alguns médicos ainda têm preconceito e os instruem a não comprar o genérico por acharem que não fazem efeito por serem mais baratos. Até os pacientes acham também, já ouvi alguns dizerem ‘ah, isso daí é do governo’, o que não tem nada a ver, pois ambos os remédios passam pelos mesmos testes”, relata.

Cleópatra Merlin comenta que a diferença de preço entre um produto de marca e outro só com o nome do princípio ativo chega a ser de 100%, com um custando mais de R$ 100 e o outro com o mesmo efeito custando um pouco mais de R$ 40. “Mas antes da lei sobre genéricos, acho que a dificuldade para se conseguir um remédio não era tão maior, pois sempre existiu competição entre as marcas: primeiro surge o remédio referência, que fica uns 10 anos vendendo sozinho; depois aparecem os similares, mais baratos porque não tiveram o custo com pesquisa nem com patente de marca. O genérico custa menos ainda porque ele é liberado pelo Governo Federal. O que aconteceu foi que os outros dois tiveram que baixar mais ainda os preços”, afirmou.

ECONOMIA – O funcionário público Williams Monteiro escolheu um genérico, mas o seu verdadeiro critério é o custo do medicamento. “Este que estou levando agora tem uns três preços, indo de R$ 48 a R$ 150. Como o efeito é o mesmo, vou aonde é mais barato. Questão de economia”, justificou.

O pescador e carpinteiro João Oliveira, que saía com pílulas contra a gripe, diz que não tem preferência por algo de marca ou não. “Eu chego, peço o remédio, se está na receita eu chego e peço. Tem farmacêutico que me dá ideia para pegar um genérico. Se ele estiver mais barato, eu levo. Meu critério é o preço”, disse.

O ajudante de motorista Alison dos Santos pensa o mesmo. “Não ligo muito para marca ou genérico. O remédio que resolver a minha situação e estiver mais em conta, está tranquilo”, comentou. (NW)

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