O valor dos alimentos essenciais na mesa dos brasileiros caiu em janeiro. Em Boa Vista, a redução apresentou uma queda de 3,94%. Conforme a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) houve queda em 20 das 27 capitais pesquisadas. Boa Vista só ficou atrás de Cuiabá, que apresentou -4,16%, e de Rio Branco, que apresentou o maior recuo, com -12,82%.
Com a redução, o preço da cesta básica caiu para R$380,09. Em dezembro, os consumidores pagaram R$ 395,69 pelo conjunto básico de alimentos. Apesar da redução, o boa-vistense não sentiu diferença na hora da compra. Conforme relato de uma servidora, os preços do arroz, feijão, óleo e farinha, principais na cesta, não tiveram mudanças notáveis.
“Quando os preços caem, como a margarina que eu comprei, é porque o vencimento [data de validade] está próximo. Mas a farinha que gostamos de comprar continua com o mesmo preço. A que não usamos está com preço um pouco mais baixo mesmo, mas nada demais. Arroz e feijão continuam do mesmo jeito”, disse.
Os consumidores pagaram caro nos produtos da cesta básica em 2016. A alta acumulada do ano foi de 8,74%, a maior na região Norte. Entre novembro e dezembro de 2016, as altas foram anotadas no pão francês (0,51%), carne bovina de primeira (0,04%). O café em pó não registrou alteração. A banana (-12,55%), feijão carioquinha (-7,12%), leite integral (-4,98%), tomate (-3,45%), açúcar refinado (-3,05%), manteiga (-2,89), arroz agulhinha (-0,54%), óleo de soja (-0,23%) e farinha de mandioca (-0,18%) tiveram recuo de preço.
Salário mínimo ideal deveria ser de R$3.811,29
Pelos cálculos do Dieese, com base na cesta mais cara do país (R$453,67), o trabalhador deveria ganhar um salário mínimo de R$ 3.811,29 para sustentar uma família com quatro pessoas. O valor é 4,07 vezes maior do que o atual salário mínimo, de R$ 937,00.
Comparado a janeiro de 2016, caiu a diferença entre o oficial e o ideal, já que há um ano o teto considerado necessário foi estimado em R$ 3.795,24 ou 4,31 vezes mais do que o salário mínimo vigente naquele período (R$ 880,00).
A pesquisa aponta ainda que, com a correção do piso salarial em 6,48%, o trabalhador compromete 91 horas e 48 minutos para ganhar o equivalente para a compra dos produtos, tempo inferior ao mensurado em dezembro último (98h58) e em janeiro de 2016 (97h02). (A.G.G)