Os usuários de táxi-lotação relataram que estão encontrando dificuldade para se deslocarem do centro a bairros mais distantes em razão dos motoristas se negarem a realizar o transporte.
A atendente de caixa Sara Matos comentou que, na semana passada, precisou se deslocar até o bairro Alvorada e, quase próximo de chegar ao destino, o taxista – alegando não ter passageiros para completar o trajeto – disse não ser possível continuar e solicitou que a passageira aguardasse o próximo veículo.
“Ainda questionei o motorista os motivos da desistência e ele simplesmente afirmou ser inviável conduzir apenas um passageiro para bairros mais distantes. Eles devem observar que cumprem uma rota já estabelecida e não importa se conduzem apenas um ou dois passageiros. Alguns até são educados e outros simplesmente nem falam com os usuários e nem justificam o motivo de não executarem o trajeto até o final dos bairros”, disse.
Já o estudante de Direito Felipe Belizário, de 22 anos, comentou que, apesar de ainda não ter acontecido este tipo de situação ao utilizar o lotação, sempre escuta inúmeras reclamações de amigos e pessoas no terminal central por conta dessa situação. “Apesar de me deslocar com frequência, nunca ocorreu uma situação desta comigo, mas outros amigos já relataram problemas desse tipo ao se deslocarem para bairros mais distantes, como Cruviana, Cidade Satélite e Conjunto Cidadão. Se não estão satisfeitos com estas rotas, os taxistas deveriam solicitar a troca e atender de forma cordial os usuários”, comentou.
Presidente do Sindicato pede que população identifique motoristas
O presidente da Cooperativa de Taxi-Lotação (CTL), Luiz Alves de Carvalho, reforçou a necessidade de a população identificar os motoristas que estejam se negando a conduzir os passageiros aos bairros mais distantes e a única forma de realizar a aplicação das sanções a quem comete esta irregularidade é com a identificação do táxi-lotação, em que o passageiro deve informar o número de cadastro fixado no veículo.
“No município de Boa Vista, existem 411 veículos táxis-lotação cadastrados e regularizados junto à Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitacional (Emhur), dos quais 408 estão em circulação na capital.
É primordial que a população nos informe quem está se negando a conduzir os passageiros a bairros mais distantes. Nossa orientação é para que o passageiro seja tratado com gentileza e tenha seu percurso concluído com segurança e atenção”, relatou.
EMHUR – A Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano e Habitacional (Emhur) reforça que isso se trata de uma irregularidade e conforme o decreto 102/E é cabível de penalidade.
Qualquer denúncia de irregularidade deve ser feita pelo telefone 156 informando dados suficientes para apuração do caso como número do carro, dia e local da ocorrência. As denúncias são encaminhadas para a Comissão de Apuração de Denúncias da Emhur e, se comprovada alguma irregularidade, pode resultar em advertência, multa, suspensão temporária ou cassação da licença para atuar no táxi convencional e lotação. (R.G)