
O câncer de pele, doença onde as células da pele se multiplicam e formam tumores, segue entre as mais comuns no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Em Roraima, dados da Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon-RR) apontam que 102 pacientes foram atendidos por câncer de pele entre janeiro e outubro de 2025.
Conforme dados enviados pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), 98 correspondem ao tipo não melanoma, o mais comum e menos agressivo, associado à exposição solar sem proteção. Outros 04 casos são de melanoma, a forma mais grave e menos frequente da doença.
Em entrevista à Folha BV, a dermatologista Danielle Abdala, especialista em Oncologia Cutânea, explica que o câncer de pele se desenvolve ao longo do tempo, pela exposição solar acumulada, mas também por fatores como histórico familiar e atividades profissionais ao ar livre. Segundo ela, é comum que os casos apareçam a partir dos 40 anos.
“Cerca de 33% de todos os cânceres são cânceres de pele. A maior parte da exposição solar acontece nos momentos do dia a dia. O dano solar se acumula, não se desenvolve da noite para o dia. Então, quando a pessoa passa dos 40 anos, normalmente começamos a ver esses cânceres surgindo. É por isso que muita gente não se preocupa tanto”, explicou.

Sinais de Alertas e Diagnóstico
A dermatologista reforça que pessoas que vivem expostas ao sol sem proteção adequada devem ficar atentas a pintas, manchas e alterações na pele. Apenas a avaliação de um especialista, ou a realização de biópsia, pode confirmar o diagnóstico.
O câncer de pele pode se manifestar como lesões avermelhadas que formam crostas, feridas que não cicatrizam ou pequenos tumores rosados, além de outros sinais, como:
- Pintas pretas ou castanhas que mudam de cor, textura ou tamanho, com bordas irregulares;
- Manchas ou feridas que não cicatrizam e continuam crescendo, podendo apresentar coceira, crostas, erosões ou sangramento;
- Em casos avançados, presença de nódulos por toda região do corpo.
“Aquele sinal que está crescendo, que era de um jeito e começou a ficar de outro, esses são os melanomas. Já os não melanomas se dividem em dois subgrupos e normalmente aparecem como uma ferida que nunca cicatriza ou como caroços que sangram, crescem e causam dor, prurido ou coceira. É bom procurar atendimento. Só quem pode dizer se aquilo é ou não é câncer é o dermatologista”, explicou a médica.

Medidas de Prevenção
Medidas diárias são essenciais para reduzir o risco da doença. Entre elas, estão:
- Uso de protetor solar com FPS 30 ou mais;
- Reaplicação a cada duas horas ou após suor intenso;
- Uso de chapéus, óculos escuros e roupas com proteção UV;
- Evitar exposição direta ao sol entre 10h e 16h;
- Realização de exame dermatológico anual.
“Evitar a exposição nos momentos de maior pico de luz solar, usar protetor diariamente. A maior parte da nossa exposição ao sol acontece no dia a dia porque as pessoas não valorizam essa exposição que a gente vai para o carro, volta do carro, vai no banco, vai no mercado, enfim. Então, precisa usar protetor solar e reaplicar a cada 2 horas se houver exposição solar nas áreas que tão estão expostas ao sol”, reforçou Abdala.
Danielle também destacou as diferenças entre as opções de protetor solar “Hoje a gente tem diversos preços de protetor solar, inclusive opções de baixo custo. As pessoas perguntam: qual é o melhor? Não existe isso de “melhor protetor solar”. Existe aquele que você consegue comprar. O fator mínimo é acima de 30, gosto de pedir acima de 50, porque a gente não aplica a quantidade adequada. Então, para compensar essa falha de quantidade”, orientou.