
Uiramutã, município mais ao norte de Roraima, continua registrando o desempenho mais crítico no Índice de Progresso Social (IPS) do Brasil, segundo dados divulgados nesta semana pela organização Social Progress Imperative. A cidade alcançou a pontuação de 37,59 em uma escala de 0 a 100, permanecendo na última posição entre os 5.570 municípios avaliados no país. Em 2024, o município já apresentava o pior índice, com 37,63 pontos.
Com uma população estimada em aproximadamente 15,5 mil habitantes e um PIB per capita de R$ 9.311,91 (2021), o relatório apontou que Uiramutã enfrenta dificuldades em áreas essenciais para o bem-estar da população. O IPS avalia três dimensões principais: necessidades humanas básicas, fundamentos do bem-estar e oportunidades. Em todas, o município registra índices fracos.
- Vale lembrar: segundo o Censo Demográfico 2022 do IBGE, Uiramutã é o município brasileiro com a maior proporção de população indígena e também o mais jovem do país.
Na dimensão Necessidades Humanas Básicas, Uiramutã obteve 42,52 pontos em 2025, levemente acima dos 42,34 registrados em 2024. Já nos Fundamentos do Bem-estar, o município registrou 41,99 pontos, frente aos 45,05 do ano anterior. A pior situação é observada na dimensão Oportunidades, com apenas 28,25 pontos, mesmo com leve alta em relação aos 25,51 de 2024.
Moradia, informação e educação superior estão entre os piores indicadores
Três indicadores colocam Uiramutã entre os últimos colocados do país: acesso à moradia de qualidade, com 10,38 pontos (último lugar), acesso à informação e comunicação, com 10,35 pontos (também último), e acesso à educação superior, com apenas 8,41 pontos, ocupando a 5.561ª colocação entre os 5.570 municípios brasileiros.
Na moradia, os dados revelam a precariedade estrutural das residências. Os principais problemas estão na baixa proporção de domicílios com iluminação elétrica adequada e na alta incidência de casas com paredes improvisadas ou inadequadas.
O acesso à informação e comunicação, apesar da pontuação geral baixa, apresenta variações. Entre os subindicadores, os piores desempenhos são encontrados na densidade de telefonia móvel e na qualidade da internet móvel, considerados muito fracos. Em contrapartida, a cobertura de internet móvel 4G/5G e a densidade de internet banda larga fixa são avaliadas como fortes.
No acesso à educação superior, todos os subindicadores são críticos. O município tem baixa proporção de trabalhadores com ensino superior completo, especialmente entre as mulheres. Além disso, a nota mediana no Enem é uma das mais baixas do país, refletindo a fragilidade da base educacional e as dificuldades para inserção no ensino superior.