Cotidiano

Tuxaua diz que teria sido ameaçado por funcionário da Funai

O consumo de bebidas alcoólicas dentro da Reserva Indígena Ananás, em Amajari, estaria ocasionando conflitos entre indígenas

Tuxaua diz que teria sido ameaçado por funcionário da Funai Tuxaua diz que teria sido ameaçado por funcionário da Funai Tuxaua diz que teria sido ameaçado por funcionário da Funai Tuxaua diz que teria sido ameaçado por funcionário da Funai

O tuxaua da comunidade Ananás II, Denis de Almeida, procurou a FolhaBV para denunciar transtornos que têm sido ocasionados por conta do consumo de bebidas alcoólicas nas comunidades indígenas localizadas na Reserva Indígena Ananás, no município de Amajari.

De acordo com o tuxaua, não indígenas que trabalham em uma fazenda estariam promovendo bebedeiras nas comunidades, e que isso tem gerado atos de violência entre os indígenas.

Bebidas são comercializadas dentro da comunidade (Foto: Divulgação)

“Alguns indígenas fazem a comercialização de bebidas alcoólicas dentro da reserva, e os funcionários da fazenda promovem festas que muitas vezes terminam em confusão. Como sou um dos responsáveis, fui tomar satisfação e acabei ameaçado de morte pelo filho de outro tuxaua e pelos não índios que andam armados”, disse o tuxaua.

O tuxaua disse que o consumo de bebidas estaria aumentando os casos de violência entre indígenas (Foto: Divulgação)

Ainda de acordo com Almeida, o número de agressões entre casais na comunidade tem aumentado com o consumo de bebidas.

“Após consumir cachaça, alguns índios acabam agredindo as esposas que correm para a mata, tendo o risco de serem atacadas por animais silvestres. São fatos que podem tomar uma grande proporção”, alertou.

BOLETINS DE OCORRÊNCIA – O tuxaua relata ainda que a Coordenadoria Técnica Local, da Fundação Nacional do Índio (Funai), teria conhecimento dos fatos, e segundo ele, além de não ter tomado nenhuma providência, o coordenador estaria incitando o ódio entre os indígenas.

“Tenho dois boletins de ocorrências registrados contra o coordenador, que ao invés de resolver os problemas da comunidade, fecha os olhos para a situação e ainda incita o ódio com ameaças”, contou.

O primeiro boletim de ocorrência foi registrado por Almeida no dia 21 de agosto de 2019. No documento o tuxaua relata às autoridades que teria ido até a sede da Funai para verificar o processo de ata protocolada CTL, para a fundação da comunidade Ananás II.

“No entanto, o coordenador teria se recusado a entregar o documento e teria ameaçado Almeida de agressão”, diz trecho do B.O registrado no 1º Distrito Policial.

Outro boletim foi registrado pelo tuxaua, no dia 21 de novembro de 2019, onde é relatado que ao retornar a comunidade indígena, teria encontrado sua residência derrubada e que o autor seria outro tuxaua da região, a mando do coordenador da CTL.

OUTRO LADO – A FolhaBV entrou em contato com a Funai no dia 17 de agosto e até a publicação da matéria não obteve resposta. A reportagem também tentou contato por telefone com a Coordenadoria Técnica Local, mas as ligações não foram atendidas.

Compartilhe via WhatsApp.
Compartilhe via Facebook.
Compartilhe via Threads.
Compartilhe via Telegram.
Compartilhe via Linkedin.